sábado, 7 de março de 2015

Opinião: O Rei (Série Irmandade da Adaga Negra #12)

Título original: The King (2014)
Autor: J. R. Ward
Tradução: Luís Santos
ISBN: 9789724622828
Editora: Casa das Letras (2015)

Sinopse:

Durante séculos, Wrath esteve de costas voltadas para as obrigações do trono. Mas agora, com a ajuda da sua amada companheira, resolve finalmente assumir o manto e o trono do pai. No entanto, o peso da coroa sobre a sua cabeça é brutal. Enquanto a guerra com a Sociedade dos Minguantes prossegue sem dar tréguas e a ameaça do Bando de Bastardos parece finalmente ter atingido o alvo, Wrath é forçado a fazer uma escolha que coloca tudo – e todos – em risco. Beth Randall julgou que estava consciente dos problemas que poderiam surgir quando acasalou com o último vampiro puro-sangue do planeta: nunca seria uma tarefa fácil! Mas quando decide que quer ter um filho, percebe que não estava preparada para a reação de Wrath – ou para a distância que essa decisão criaria entre eles.

Opinião:

Estava muito entusiasmada com a leitura de O Rei. J. R. Ward habitou-nos a dedicar a um livro a um elemento diferente do universo da Irmandade da Adaga Negra, mas este volume volta a ter Wrath como figura central. As leituras anteriores já deixavam antever que o rei dos vampiros estava a ser ameaçado e ficou a ideia de que seria neste volume que iria haver uma grande batalha pelo poder. Era isso que eu esperava e que me deixa com tantas expectativas. Mas infelizmente foi isso que falhou.

O casal Wrath e Beth voltam a ocupar a maior parte da narrativa. É curioso acompanhá-los de perto novamente e tanto tempo depois. Nota-se que a relação de ambos não mudou muito, mas agora eles atravessam um conflito de interesses. Percebe-se a razão de tal acontecer, mas, infelizmente, esse acaba por ser o tema central da história deles. Parece ser ainda mais importante do que o ataque ao poder, e isso já me custou um pouco a aceitar.

Achei o ataque da glymera interessante e adorei os flashbacks do passado que reforçaram a ideia de que a história tende a repetir-se. Sentia-se a tensão no planeamento dos esquemas políticos e percebia-se que estes seriam precedidos de um confronto físico. Contudo, a resposta da Irmandade não foi satisfatória e a forma como contornaram algo maior acabou por parecer insípido. Isto fez com que aquilo que mais se ansiava encontrar neste livro não acontecesse, deixando a sensação de decepção.

Preferia que a autora se tivesse centrado na questão do poder em vez de ter apostado na relação de Wrath e Beth. Percebo que os livros de J. R. Ward têm de dar um grande foco a uma história de amor, mas desta vez não havia necessidade para isso quando havia assuntos muito mais interessantes a explorar. Como tal, este livro que tanto prometia ficou áquem das expectativas, tal como os últimos da saga. Fica a ideia de que a autora está a arrastar a exposição de uma ideia que teve, e tenho a impressão de que quando for apresentada não vai ter o impacto que poderia ter se tivesse surgido mais cedo.

E como se tal não bastasse, mais uma vez J. R. Ward tenta apresentar diversas histórias ao mesmo tempo sem que chegue a conclusões em nenhuma. Isto reforça a ideia de que a autora está a arrastar os livros para além de que faz com que o foco se volte para assuntos mais aborrecidos quando poderia ir para temas mais intensos que envolvessem o funcionamento desta sociedade secreta que tanto me encantou nos primeiros volumes.

O ambiente continua a ser bastante negro e mais personagens secundárias surgem. A linguagem é aquela a que já fomos habituados em volumes anteriores. Devo, contudo admitir que, mais para o fim, detestei um certo diálogo por este conter tantas vogais de modo a exprimir alegria. Isto dá-me sempre a sensação de estar a ler um texto escrito por uma adolescente e isso não me agrada. Nada.

Esperava muito mais deste livro. Infelizmente a autora acabou por escolher o caminho mais fácil e isso fez com que esta obra, que tinha tudo para ser uma das mais marcantes da saga, acabasse por ser mais um volume numa saga que já viu melhores dias. Continua a ter momentos que me agradam, sim, mas não tantos poderia. É pena.



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