quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Opinião: O Filho de Neptuno (Os Heróis do Olimpo #2)

Título original: The Son of Neptune (2013)
Autor: Rick Riordan
Tradutor: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
ISBN: 9789896575786
Editora: Planeta (2014)

Sinopse:

Percy está confuso. Ao acordar de um longo sono o rapaz pouco mais sabe que o seu nome, mas consegue chegar a um campo de mestiços que, no entanto, nada lhe diz. A única coisa que recorda do passado é outro nome: Annabeth. Hazel devia estar morta. Na sua vida anterior a jovem não se saiu bem e agora, por causa de um erro cometido então, o futuro do mundo está em risco. Oxalá pudesse fugir no garanhão que lhe aparece em sonhos.
Frank é um trapalhão. A avó diz-lhe que é descendente de heróis, mas ele não acredita. O físico volumoso fá-lo sentir-se um touro, em especial na presença de Hazel, a melhor amiga. O rapaz confia em pleno nela, ao ponto de lhe confiar o segredo que guarda no coração. Começando no «outro» campo de mestiços e acabando na terra para lá dos deuses, este segundo volume de cortar a respiração dos Heróis do Olimpo apresenta novos deuses, ressuscita monstros terríveis e caracteriza outras criaturas notáveis, destinadas a representar um papel na Profecia dos Sete.

Opinião:

Foi com um grande entusiasmo que comecei a ler O Filho de Neptuno. Estava a precisar de um livro que fosse divertido, leve, fresco e tivesse muitos momentos de acção. Sabia que era muito provável encontrar todos esses ingredientes num livro de Rick Riordan e ele não me falou. O segundo volume da série "Os Heróis do Olimpo" acabou por ser lido num instante e proporcionar-me momentos muito agradáveis.

Se no primeiro volume da série, O Herói Desaparecido, Percy Jackson estava ausente, agora dá-se o seu regresso. Tal como aconteceu com Jasão, Percy também perdeu a memória e acabou por ir para um local onde estão os filhos dos deuses romanos. Foi muito bom ver como este novo sítio é tão diferente do Campo dos Mestiços. Logo se percebe que o autor inspirar-se na organização romana, nomeadamente a nível de legiões, para criar esta nova forma de sociedade. Fez-me sentido que os filhos dos deuses romanos fossem mais focados no trabalho em grupo, uma ideia que é oposta ao conceito grego de herói. Isto fez com que Percy se destacasse na sua forma de combater, como é natural. Contudo, também fez com que o nosso herói se apercebesse de novas técnicas.

Apesar de ter perdido a memória, Percy Jackson mantém as características a que já nos habituou. É o rapaz corajoso, fiel aos seus amigos e bastante impulsivo. Características que o fazem atirar-se de cabeça para os desafios, mas que também o colocam em riscos desnecessários. Contudo, achei que ele confiou demasiado facilmente em completos estranhos. Afinal, ele apareceu entre os semideuses romanos de uma forma completamente inesperada, o que poderia sugerir uma maior desconfiança.

Como seria de esperar, este livro apresenta personagens novas. Dentro do campo dos semideuses romanos, destaco Hazel e Frank. Eles os dois formam um novo trio ao lado de Percy e apesar de possuírem as típicas características, acabam por conseguir cativar. Hazel é a rapariga misteriosa, inteligente e que tem um grande coração. Frank é o típico rapaz trapalhão que acaba por se revelar alguém com mais potencialidades do que aquelas que acreditava ter. A química entre ambos é perceptível desde o início e, apesar de alguma ingenuidade, acabam por formar um par que quis ver junto e feliz.

O desenrolar dos acontecimentos é rápido, por vezes até em demasia. Achei que os nossos heróis tinham pouco tempo para fazer tudo aquilo desejavam, afinal as provações eram de uma grande dificuldade. O autor conseguiu arranjar forma de alguns obstáculos serem facilmente contornados, mas ficou sempre a sensação de que foram soluções demasiado convenientes. Em momento algum achei que Percy e companheiros não fossem bem-sucedidos, o que acaba por tonar tudo demasiado previsível. Contudo, existiram momentos bem divertidos, tais como os que aconteceram na loja de uma certa deusa vegetariana ou num armazém controlado por umas mulheres muito autoritárias.

A componente mitológica continua a interessar-me mas acho que algumas ideias poderiam ter sido melhor exploradas. Agora que Rick Riordan decidiu misturar mitologia grega e mitologia romana, sinto que algumas ligações não estão bem estabelecidas. E é curioso ver estas minhas dúvidas presentes em algumas personagens! Todos nós sabemos que os romanos copiaram os gregos de muitas formas, mas que também fizeram algumas alterações. Isto faz com que os deuses possuam traços distintos e o que faz com que eles, sendo as mesmas pessoas, tenham características diferentes consoante o local onde surgem. Gostava que o autor tivesse explorado este facto de uma forma mais coerente. Contudo, gosto bastante do jogo entre deuses, a fazer lembrar a forma como eles influenciam os heróis dos mitos.

O Filho de Neptuno acabou por se rum dos livros de Rick Riordan que gostei mais de ler. Tem algumas falhas ou ideias que não consegui entender bem, é certo, mas também cativou-me desde o início pela diferença e pelas novas personagens que foram apresentadas. Terminada a leitura, fiquei com vontade de pegar no terceiro volume, pois parece vem aí mais emoção.

Outras opiniões a livros de Rick Riordan:
Percy Jackson e a Maldição do Titã (Percy Jackson #3)
O Herói Desaparecido (Os Heróis do Olimpo #1)

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