Título original: I Am Not a Serial Killer
(2009)
Autor: Dan Wells
Tradutor: Raquel Dutra
Lopes
ISBN: 9789896661205
Editora: Contraponto (2012)
Sinopse:
John
Wayne Cleaver é um rapaz potencialmente perigoso - muito perigoso. E passou
toda a sua vida a tentar não cumprir o seu potencial É bem-comportado, calado,
tímido e reservado, mas incapaz de sentir empatia e de compreender as pessoas
que o rodeiam. Prefere conviver com os mortos; o seu trabalho (e o seu
passatempo favorito) é embalsamar cadáveres na casa mortuária que pertence à
sua família. Além disso, partilha o nome com um famoso serial killer e tem
uma obsessão quase incontrolável por psicopatas e assassinos em série. Sob
estas circunstâncias, parece que o seu destino está traçado. Contudo, John
Wayne Cleaver é plenamente consciente das suas invulgares características, e
quer a todo o custo impedir-se a si mesmo de matar. Para tal, criou um conjunto
de regras muito precisas: tenta cultivar apenas pensamentos positivos pelas
pessoas que o rodeiam (até pelo bully do liceu), evita criar laços ou
interessar-se por elas (tem apenas um amigo da sua idade) e, sobretudo, tenta a
todo o custo manter-se afastado do fogo (que gosta de atear), dos animais (que
gosta de dissecar) e de locais e vítimas de crimes. As suas regras vão ser
postas à prova quando é encontrado um corpo terrivelmente mutilado - e depois um
segundo, e um terceiro. Será que na sua pacata vila existe uma criatura ainda
mais perigosa do que John Wayne Cleaver?
Opinião:
Não Sou
um Serial Killer é o romance de
estreia de Dan Wells. Fascinado pelo género fantástico e pela ficção
científica, o autor decidiu desde muito cedo que queria ser escritor, mas
primeiro experimentou outras áreas, como a publicidade. Em 2009, Wells
apresentou o seu primeiro livro, que se tornou, imediatamente, num sucesso.
A narrativa inicia com a apresentação do protagonista, John Wayne Cleaver. Este jovem deseja, mais do que tudo, alguma ação e compreensão na sua pequena cidade, afinal, ele não é um rapaz como os outros: é sociopata. Os seus desejos rapidamente são atendidos, quando um homem surge assassino de uma forma incomum. Convencido de que se trata do trabalho de um assassino em série, John fica expectante com a possibilidade de surgir um novo corpo. Quando tal acontece, o jovem fica extasiado e inicia uma verdadeira caça ao homem (ou Demónio, como lhe chama).
Narrado na primeira pessoa, o que leva o leitor a criar uma maior proximidade com o protagonista, este livro apresenta uma história intimista de um pequeno rapaz que deve ser temido. John é uma personagem cativante, e faz lembrar Dexter Morgan, um outro sociopata protagonista de uma série de televisão com o mesmo nome, devido á sua obsessão e esforço por parecer ter um comportamento socialmente aceite. Este facto pode levar os fãs da série a não sentirem grande interesse no livro, pois trata de assuntos que já não são surpresa.
A narrativa inicia com a apresentação do protagonista, John Wayne Cleaver. Este jovem deseja, mais do que tudo, alguma ação e compreensão na sua pequena cidade, afinal, ele não é um rapaz como os outros: é sociopata. Os seus desejos rapidamente são atendidos, quando um homem surge assassino de uma forma incomum. Convencido de que se trata do trabalho de um assassino em série, John fica expectante com a possibilidade de surgir um novo corpo. Quando tal acontece, o jovem fica extasiado e inicia uma verdadeira caça ao homem (ou Demónio, como lhe chama).
Narrado na primeira pessoa, o que leva o leitor a criar uma maior proximidade com o protagonista, este livro apresenta uma história intimista de um pequeno rapaz que deve ser temido. John é uma personagem cativante, e faz lembrar Dexter Morgan, um outro sociopata protagonista de uma série de televisão com o mesmo nome, devido á sua obsessão e esforço por parecer ter um comportamento socialmente aceite. Este facto pode levar os fãs da série a não sentirem grande interesse no livro, pois trata de assuntos que já não são surpresa.
É muito interessante observar os pensamentos de John, conhecê-lo
tal como realmente ele é e ver, de que forma se adapta à sociedade em que está
inserido. Ficamos com a noção de que, para os outros, este é um rapaz muito
introvertido, obcecado com temas estranhos, mas com nada a temer, um igual a
tantos outros, mas na verdade isso não é bem assim. Nós, leitores, sabemos que
John está num exercício constante de controlo. Ele não consegue criar empatia
com ninguém, mas tenta fingir esse sentimento, ele sabe que a morte e a dor não
são temas bem aceites pelos outros, por isso encontra escapes para canalizar
essa obsessão. Para ser aceite pelos outros (ou melhor aceite) cria um sistema
de regras que o conduzem a situações caricatas. É, sem dúvida, uma personagem
complexa e que marca a diferença.
Dan Wells guarda algumas surpresas para os seus leitores. O autor conseguiu colocar um dos seus géneros de eleição dentro de um policial, de uma forma surpreendente que muito agrada, e é a partir desse momento que o ritmo de leitura se tornará frenético. A vontade de conhecer o desenlace da história vai aumentar ao virar de cada página. Contudo, aviso que quem prefere tramas que não fujam da realidade pode ficar um pouco desiludido com este livro.
O maior ponto positivo vai para a chamada de atenção do autor para o facto de as aparências nem sempre corresponderem à realidade. Wells mostra de um modo cativante que aqueles que parecem ser mais inofensivos escondem grandes segredos.
Dan Wells guarda algumas surpresas para os seus leitores. O autor conseguiu colocar um dos seus géneros de eleição dentro de um policial, de uma forma surpreendente que muito agrada, e é a partir desse momento que o ritmo de leitura se tornará frenético. A vontade de conhecer o desenlace da história vai aumentar ao virar de cada página. Contudo, aviso que quem prefere tramas que não fujam da realidade pode ficar um pouco desiludido com este livro.
O maior ponto positivo vai para a chamada de atenção do autor para o facto de as aparências nem sempre corresponderem à realidade. Wells mostra de um modo cativante que aqueles que parecem ser mais inofensivos escondem grandes segredos.
5 comentários:
Adorei a review!
Mas acho que os fãs de Dexter, ao contrário do que disseste, vão adorar esta trilogia pelas semelhanças com a série, e entre outras coisas, pela vertente sobrenatural.
Eu próprio sou fã de Dexter e esta é, provavelmente, a minha trilogia favorita :D
Olá Edgar! Fico feliz por teres gostado =)
Quando disse isso foi mais pelo factor surpresa. Se não tivesse visto Dexter provavelmente teria ficado mais impressionada com o livro, mas assim passei o tempo toda a fazer comparações. Não perde o valor, mas passa a ser algo já conhecido e pode perder algum do impacto.
Neste momento estou à espera do terceiro livro desta trilogia e muito curiosa para saber como tudo vai terminar
*
Sim, nessa parte das comparações e do impacto tenho de concordar. Mal posso esperar por ler o 3º livro!
selinho para ti no Delicias à Lareira :)
Obrigada Spinelli!
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