sábado, 2 de fevereiro de 2013

Comprar o livro pela capa 21: Imperfeitos

Olá! Aqui está mais um post da rubrica "Comprar o livro pela capa". Desta vez o livro escolhido é Imperfeitos, de Scott Westerfeld (ver opinião a este livro aqui).

A obra surgiu em Portugal pelas mãos da Vogais, uma editora que já tinha apostado numa trilogia do autor (Midnighters). Lembro-me que quando vi esta capa pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foi a cor e os olhos da rapariga. Não é perfeita, é verdade, mas existe algo que apela e que não nos deixa indiferentes. Adquiri esta edição e, quando li, achei interessante ver que a figura feminina apresentada se relaciona, de certa forma com a protagonista: bonita, mas com pequenos defeitos, que é como quem diz, imperfeita.


Parece que, com o surgimento da TopSeller, parece alguns dos autores da Vogais transitaram para esta chancela (e também o símbolo, ou não se lembram que os primeiros livros da Vogais tinham uma pantera? ). Como tal, está a ser preparado um relançamento da série Uglies, com direito a nova imagem. Confesso que não acho esta capa atractiva. Assim que  vi pensei "Big Brother is watching you". O próprio grafismo parece dirigir-se ao género policial, e nada faz prever o verdadeiro teor do livro. Afinal, é uma  distopia destinada ao público jovem-adulto e acho que a primeira ideia que temos ao ver esta imagem não é essa.

Dada a minha opinião, quero saber o que pensam. Digam de vossa justiça! Que capa preferem?


7 comentários:

Unknown disse...

Sinceramente não gosto de nenhuma. A primeira nunca me ia atrair por causa da cor (não gosto muito de roxo) e por causa da rapariga (não gosto de capas com uma imagem grande de uma cara). A segunda acho que é pior pela palete de cores: o castanho e o laranja não combinam muito bem e o olho, como disseste, não faz jus ao livro e também acho que fica mal na capa. As capas originais creio que são as melhores e as que as editoras portuguesas deviam usar...

Cláudia disse...

Concordo contigo quando dizes que as originais são melhores. Sem qualquer dúvida!

Unknown disse...

nao sei bem se gosto da primeira, mas é definitivamente melhor que a segunda! com essa é que nem sequer olharia para o livro duas vezes...demasiado pouco original, e com cores pouco atractivas. Felizmente estou quase a adquirir o livro antes que experimentem a nova ediçao...

Cláudia disse...

O ponto forte da nova edição é mesmo o preço. Mais baixo do que o da primeira.

Cláudia disse...

Até agora há um total de 17 participações. 15 votaram na primeira capa e 2 na segunda.

Guilherme Pires disse...

Cara Cláudia,

a avaliação estética de um qualquer livro pelo leitor — sendo sempre fundada na subjetividade do olhar de quem o observa —, é necessariamente influenciada por fatores quase aleatórios, que decorrem da experiência e dos gostos do crítico.

É por isso que, nos comentários que lemos neste post (e a partir dele), encontramos opiniões tão díspares: «não gosto da cor», «não gosto de capas com uma imagem grande de uma cara», «o castanho e o laranja não combinam muito bem», «o olho não faz jus ao livro», «[a capa é] demasiado pouco original». E, claro, todas as opiniões são legítimas, embora nenhuma seja devidamente justificada (o que é uma capa «demasiado pouco original»?, etc.).

Será mais difícil perceber outros argumentos — em particular os seus. Se assim que viu a capa pensou na ideia de Big Brother, não será essa reação prova de que o design se adequa ao livro (que, como bem referiu, é «uma distopia destinada ao público jovem-adulto»)? Como e por que motivos salta, de súbito, para a ideia de que a nova capa «parece dirigir-se ao género policial», quando nada na sua construção, copy, imagética, cor e estrutura o deixa antever?

Refere, igualmente, que as capas originais são melhores e que essas, sim, deveriam ser utilizadas pelos editores portugueses. Mas a que edições se refere? E porquê?

Será interessante fazer a seguinte análise: visite este link — http://www.endlesslybookish.com/2012/04/covers-around-the-world-its-uglies-time/ —, escolha as suas capas favoritas entre todas as que foram publicadas para a série Uglies e tente perceber quantas usam o olho como elemento/metáfora central ou relevante para o layout.

Convido a que faça também uma comparação com a nova capa da Topseller, tendo em conta que o novo design tem por objetivos modernizar o aspeto da coleção e destacar os livros do Scott Westerfeld no oceano de obras distópicas ou do Fantástico que encontramos no mercado nacional.

Obrigado pelo post.

Guilherme Pires
(um dos membros do departamento editorial da 20|20 Editora, que publica os livros das chancelas Topseller, Booksmile, Vogais e Nascente)

Cláudia disse...

Boa tarde Guilherme

Desde já, agradeço o seu comentário e interesse neste post.

Sim, concordo que a análise de uma capa é algo subjetivo e por isso é natural que existam opiniões tão diferentes, tal como se pode observar nos comentários realizados a este post e tal como já pode observar em algumas redes sociais (e sobre as quais eu não posso responder).

Quanto à minha opinião, posso explicar melhor. O olho faz-me realmente associar a capa a um Big Brother ou sociedade de vigilância (e tal acontece no livro), mas este facto associado ao design faz-me ligar a capa ao género policial e não ao fantástico. Isto porque as cores e tipo de letra usadas são demasiado parecidas com um outro livro da TopSeller, o "Perseguição Escaldante", de Janet Evanovich, o que me faz associar as duas edições, apesar de não terem nada que as liga em termos de enredo. Assim sendo, as experiências passadas, fazem-me unir estes elementos já vistos ao género de que falei.

Mais tarde, num comentário, disse que as edições originais eram mais bonitas, mas não disse que deveriam ser usadas pelos editores portugueses. Apesar de tudo, acho bem haver portugueses dotados de capacidades de fazer imagens originais, e aprecio especialmente aquelas que têm ligação direta às histórias que representam. Quanto às imagens que me estava a referir, tratam-se daquelas que no link que apontou são apresentadas como US Original. Porquê? Porque associam o moderno a elementos apropriados à trama e que atraem o público jovem-adulto.

Quanto ao facto de o olho surgir sempre como elemento, não concordo plenamente. Julgo que o elemento central acaba por ser a cara, e gosto de ver como, com na evolução da saga, as caras passam de imperfeitas para perfeitas, tal como acontece na trama, tal como aconteceu com as capas da Vogais e tal como acontece na maior parte das capas do link que apresentou. Ainda quanto ao olho, este é um símbolo de muitos significados. A mim pode fazer pensar em sociedade de vigilância, tal como já disse, o que não significa propriamente algo ligado a uma distopia. O olho também é muito utilizado em cartazes de cinema, em, por exemplo, filmes de terror ou de ação, o que pode levar outras pessoas a associarem esta capa a outros géneros que não o verdadeiro, mais uma vez, devido às experiências passadas. Assim, sendo, julgo que, na segunda capa, faltam elementos relacionados com o fantástico.

Um dos pontos mais fracos da capa da Vogais era mesmo o facto de o design não parecer tão moderno e compreendo a vossa preocupação em melhorar esse facto. Contudo, a minha preferência acaba por recair na primeira. Foi uma capa que me chamou a atenção entre tantos outros livros, que me fez pegar no livro, querer saber mais sobre ele e, no fim, que me levou adquirir toda a saga.

Espero agora ter sido mais explícita na minha opinião quanto à capa elaborada pela TopSeller. Mas tal como a capa é apenas uma imagem e não o livro em si, espero que consigam alcançar mais leitores, afinal, Scott Westerfeld é um autor dotado de qualidades.

Cumprimentos

Cláudia