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sábado, 5 de dezembro de 2015

Opinião: Vida e Morte (Twilight #5)

Título Original: Life and Death: Twilight Reimagined (2015)
Autor: Stephenie Meyer
Tradução: Carla Melo
ISBN: 9789892333960
Editora: Asa (2015)

Sinopse:

Quando Beaufort Swan se muda para a sombria cidade de Forks e conhece a misteriosa e sedutora Edythe Cullen, a sua vida dá uma volta emocionante e aterrorizadora. Com a sua pele de porcelana, olhos dourados, voz hipnotizante e dons sobrenaturais, Edythe é ao mesmo tempo irresistível e enigmática. O que Beau não percebe é que, quanto mais se aproxima dela, mais se coloca a si mesmo, e àqueles que o rodeiam, em risco. E pode ser demasiado tarde para voltar atrás...
Para comemorar o décimo aniversário de "Crepúsculo", Stephenie Meyer escreveu "Vida e Morte", uma reimaginação ousada e fascinante da icónica história de amor, que irá surpreender e fascinar os leitores. Esta dupla edição especial inclui um prefácio da autora, bem como o romance original.

Opinião:

Como forma de comemorar o 10º aniversário do lançamento de Crepúsculo, o primeiro volume da série "Luz Escuridão", Stephenie Meyer decidiu marcar a ocasião com o lançamento de Vida e Morte. Nesta nova história, a autora tenta "colocar à prova", tal como ela própria afirma no prólogo, a teoria de que a sua história original não abordava a obsessão feminina. Como tal, decidiu trocar os géneros da maior parte das suas personagens e reescreveu o primeiro volume da sua saga tendo em conta esta alteração.

Li Crepúsculo pouco tempo depois de ter saído do mercado nacional, entusiasmada com a ideia de ir ler um livro sobre vampiros. Posso dizer que, na altura, não fiquei impressionada com o livro, mas a alteração de Vida e Morte intrigou-me. Não conseguia imaginar Bella de uma forma masculina ou Edward como mulher, por isso fiquei muito curiosa com esta alteração. Desejava ver até que ponto a mudança de géneros iria alterar os acontecimentos e as relações entre personagens. Porém, não achei que Stephenie Meyer tivesse feito um bom trabalho.

A história de Vida e Morte é praticamente igual à de Crepúsculo. Este volume possui as duas edições, o que me levou, em diversos momentos, a ler as mesmas passagens num e noutro, só para perceber quais foram as mudanças. Tirando a alteração dos nomes e géneros das personagens, há pouco que tenha sido mudado. Percebo que Stephenie Meyer tenha tentado mostrar desta forma que Bella não era uma rapariga indefesa e submissa já que um rapaz poderia passar pelo mesmo que ela, mas existem momentos que não ligam bem ao novo género das personagens.

Gostaria que Beau fosse mais maculino, mas não consegui de o ver como uma nova versão de Bella. Em certos momentos, as atitudes dele nem sequer parecem as de um rapaz. O facto de não gostar dos avanços de raparigas bonitas da sua nova escola, a dedicação à casa do pai e à culinária, os seus pensamentos e a forma como se deixa levar tão facilmente por uma rapariga dominante fazem-me pensar que a autora não se esforçou muito por fazer dele um rapaz credível.

Já a alteração de Edward para Edyth parece-me melhor. É verdade que não podemos acompanhar os pensamentos desta figura, mas não me foi difícil aceitar a existência de uma rapariga temperamental, indecisa, misteriosa e muito senhora de si. Isto já é mais fácil de encontrar na nossa sociedade. Já quanto às outras figuras, pouca relevância tem o seu sexo. E percebo o motivo pelo qual Meyer decidiu manter o género dos pais e Bella/Beau.

O desenrolar da trama tem poucas surpresas, já que é praticamente igual à versão original, tirando o final. Acho que poderiam ter existido mais alterações, pois a mudança de género das personagens pedia isso. Beau poderia ter gostos diferentes, e por isso as suas atividades seriam outras, a forma de relacionamento com as outras figuras também podia ligar-se mais ao universo masculino, e a forma como via a sua relação com Edyth também poderia ter variações. Estas pequenas mudanças teriam tornado a obra mais singular. Contudo, tudo isto foi igual ao livro original.

O final não me deixou surpresa, já que tem uma reviravolta que eu tinha esperado ver em Crepúsculo. Penso que esta foi a forma de Meyer responder aos fãs que questionam tal possibilidade e, assim, de dar por concluída esta reimaginação. Penso que a autora não se aplicou realmente a esta versão comemorativa. Sim, quis tentar algo diferente do habitual, mas parece que se limitou a fazer uma cópia do que já existia e alterar apenas os nomes. A própria Meyer afirma no prólogo que optou por esta versão por ter pouco tempo para fazer algo mais. E é possível verificar isso mesmo.

Vida e Morte não é uma nova versão que mereça grandes elogios. Sim, a autora tentou ser original, mas se se tivesse esforçado um pouco mais teria conseguido algo melhor. Além disso, penso que teria sido melhor se esta versão tivesse sido lançada em separado, em vez de vir acompanhada de Crepúsculo, pois os fãs já têm o livro original e, mesmo que tenham curiosidade quanto a esta nova versão, penso que preferiam adquiri-la em separado.