sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Opinião: Mulherzinhas

Título Original: Little Women - Or Meg, Jo, Beth and Amy (1868)
Autor: Louisa May Alcott
Tradução: Rita Carvalho e Guerra
ISBN: 9789897022227
Editora: Guerra e Paz (2016)

Sinopse: 

Mulherzinhas é um grande clássico juvenil. Transcende as fronteiras do tempo e da idade, e a tensão entre as obrigações sociais e as liberdades artísticas e pessoais faz festa obra um marco na literatura. A família Marsh passa tempos difíceis, com a partida do pai para a guera e o surgimento de dificuldades económicas. As jovens irmãs Meg, Jo, Beth e Amy ficam com a mãe, revelando-se mais fortes do que qualquer adversidade. Esta é uma história de amor, coragem e união, inspirada nas experiências da autora e das suas irmãs. A vida continua em tempos de guerra, e as quatro irmãs brincam, fazem novos amigos, discutem, lidam com os seus defeitos, aprendem com os erros, ajudam-se perante as dificuldades, sonham e crescem. Afinal, são já umas mulherzinhas. Esta edição inclui as ilustrações originais, de May Alcott, irmã da autora, para além de uma cronologia biobibliográfica, uma caracterização das personagens e excertos do diário de Louisa May Alcott.

Opinião:

Este era um livro que queria ler há muito e quando vi esta bonita edição não resiste e decidi que não podia deixar passar mais tempo. Já sabia algumas pormenores de Mulherzinhas, de séries e desenhos animados que vi na infância, mas não conhecia verdadeiramente a história desta obra de Louisa May Alcott. Agradou-me que esta edição tivesse notas que enquadram o livro na vida da autora e explicam de que forma a trama está relacionada com a sua própria experiência.

Iniciada a leitura, percebe-se que se trata de um livro de uma época muito diferente da nossa. Existe uma outra sensibilidade para certos temas, o papel da mulher é completamente diferente e certas circunstâncias, como a guerra, são abordadas com uma certa ingenuidade. Podemos tentar fazer um retrato do século XIX dos EUA, mas julgo que o mais importante são as relações entre personagens as lições que estas aprendem através dos seus erros e experiências.

Cada capítulo encerra uma pequena moral. Desta forma, ficamos a conhecer a formação destas quatro irmãs tão distintas ao mesmo tempo que se tenta transmitir uma lição à leitora de tenra idade. Através de peripécias, algumas mais engraçadas e outras mais sérias, a autora parece querer ensinar alguns valores a quem está a acompanhar estas aventuras, sendo os principais relacionados com a família, o trabalho, a amizade, a humildade, a gratidão e o altruísmo.

Esta ideia de transmissão de valores parece-me interessante, mas, infelizmente, penso que não peguei nesta obra na altura certa. Era fácil adivinhar o que ia acontecer em cada circunstância e que lição cada irmã iria aprender. Além disso, penso que tudo isto poderá interessar mais aos leitores mais jovens, que poderão ter maior facilidade em identificarem-se com alguma das irmãs. Eu não consegui ligar-me particularmente a uma das meninas March, apesar de Jo ser aquele que mais se destaca e cuja personalidade melhor se liga aos dias de hoje.

Nesta edição, destaco os excertos do diário da autora, que nos aproximaram dos seus motivos para este livro. Também gostei das notas finais, que melhor nos relacionam com Louisa May Alcott, com a sua família, e que fazem relacionar a realidade com a ficção. No final, fiquei a perguntar-me sobre o que seria verdade e o que seria ficção, querendo acreditar que tudo aquilo tinha mesmo acontecido.

Ao ler Mulherzinhas, é preciso ter noção da época em que foi escrito e o público para o qual o livro se dirige. Tendo em conta estes aspetos, é fácil perceber o motivo do seu sucesso e a razão pela qual continua a ser um livro falado e editado. Trata-se de uma leitura que os leitores mais jovens não devem perder e que os mais experientes vão gostar de recordar.

3 comentários:

RBSoares disse...

Ora cá está um livro que me marcou imenso na minha infância, adorei, e quando já na adolescência vi o filme, fartei-me de barafustar por algumas coisas não corresponderem, foi cá uma desilusão!... Mas é um dos (muitos) livros da minha vida, sem dúvida :)

Beijinho :)

Lina Soares
http://trintaporumalinhanoticias.blogspot.pt

Su disse...

OLá,

Eu tive a sorte de ler o "Mulherzinhas" cedo, através de uma edição antiga linda que já vinha de uma tia :D tal como dizes, o início da adolescência é o ideal. Recordo a Jo com muito carinho. Para a época era uma rapariga rebelde, mas é excelente.

beijinhos e boas leituras

Jardim de Mil Histórias disse...

Olá!
Tenho uma edição linda das Mulherzinhas cá em casa. Ilustrada e tudo. Mas ainda não a li.
Qualquer dia é o dia :)
Beijinhos e boas leituras