sábado, 18 de maio de 2013

Opinião: Insurgente (Divergente #2)

Autor: Veronica Roth
Título Original: Insurgent (2013)
Tradução: Pedro Garcia Rosado
ISBN: 9789720043825
Editora: Porto Editora (2013)

Sinopse:

A tua escolha pode transformar-te - ou destruir-te. Mas qualquer escolha implica consequências, e à medida que as várias fações começam a insurgir-se, Tris Prior precisa de continuar a lutar pelos que ama - e por ela própria.
O dia da iniciação de Tris devia ter sido marcado pela celebração com a fação escolhida. No entanto, o dia termina da pior forma possível. À medida que o conflito entre as diferentes fações e as ideologias de cada uma se agita, a guerra parece ser inevitável. Escolher é cada vez mais incontornável... e fatal.
Transformada pelas próprias decisões mas ainda assombrada pela dor e pela culpa, Tris terá de aceitar em pleno o seu estatuto de Divergente, mesmo que não compreenda completamente o que poderá vir a perder.
A muito esperada continuação da saga Divergente volta a impressionar os fãs, com um enredo pleno de reviravoltas, romance e desilusões amorosas, e uma maravilhosa reflexão sobre a natureza humana.


Opinião:

Insurgente começa a relatar os acontecimentos no momento em que Divergente terminou. Destre modo, Veronica Roth faz uma ligação direta entre as duas obras, o que nos permite não perder um momento desta distopia protagonizada por Tris Prior.

A narrativa volta a ser feita na primeira pessoa, o que nos permite continuar a ter acesso aos pensamentos de Tris. As suas dúvidas, emoções, frustrações, medos e esperanças continuam a permitir a empatia entre personagem e leitor, nomeadamente nas questões relacionadas com os seus progenitores e na procura da verdade que estes tentavam desvendar à população em geral. Em contrapartida, o relacionamento de Tris com Tobias é aborrecido e pouco credível.

Trise Tobias parecem ter uma união demasiado superficial que apenas existe devido a uma atração ligada às dificuldades que ambos atravessam. Durante a leitura, foi-me difícil torcer por este casal e considero as passagens em que Tris se movimenta sozinha mais interessantes daquelas em que se encontra acompanhada do seu namorado.

Tobias provavelmente funcionaria melhor como personagem isolada. É possuidor de uma grande profundidade, mas quando ligado a Tris tal não funciona e parece até mais jovem do que é suposto.

Quanto às outras personagens que são apresentadas ao longo da trama, não consegui estabelecer ligação com elas. Penso que a autora quis mostrar um vasto leque de personalidades, quis que os leitores as apreciassem e depois decidiu dar fins trágicos a algumas, como forma de chocar e mostrar a crueldade deste mundo. Eu não fiquei surpreendida com tal.

Divergente é um livro repleto de ação. Os acontecimentos sucedessem de forma desenfreada e, apesar de serem cruciais para o momento final e de fornecerem informação de grande interesse, parecem não possuir fortes elos de ligação. Deste modo, chegou um momento em que senti que saltava de situação em situação sem perceber ao certo como tal acontecia.

Destaco os momentos em que Tris entre nas sedes de outras fações. Quem, como eu, ficou aliciado no primeiro livro desta trilogia com o conceito das diferente fações de certeza vai adorar perceber como estas funcionam a nível interno e, tal como Tris, vai ansiar descobrir a verdade que tantos morreram por proteger e pela qual tantos lutam para destruir.

"Como um animal selvagem a verdade é demasiado poderosa para ficar presa numa jaula."

Ao aproximar-se de pessoas distintas, Tris percebe as motivações de cada um. Neste campo, é com interesse ver a forma como a autora mostra que cada uma destas personagens julga estar a fazer o melhor para o bem comum.

O final revela-se surpreendente e faz ansiar pela leitura do próximo volume, de modo a ser possível continuar a desvendar este mundo. Aconselho aos fãs de distopias.

Nota:
A publicação do último livro desta trilogia já foi anunciada para finais de outubro deste ano, com o título Allegiant (ver capa original aqui). A versão portuguesa deverá chegar em 2014.

Outras opiniões a livros de Veronica Roth:
Divergente (Divergente #1)

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