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sábado, 9 de maio de 2015

Opinião ao conto "Crónicas Obscuras: Roy just wants to have fun"

Autor: Vítor Frazão

Opinião:

Quando me falam em histórias de vampiros passadas no século XIX eu imagino logo um ambiente negro, de muito secretismo, perigoso, sensual e melancólico. Contudo, "Roy just wants to have fun" afasta-se completamente dessa ideia. E não só! Afasta-se também da ideia do vampiro sério que apenas pensa na sua sede de sangue.

 Roy McAllister é um típico bon vivant. Pode-se não ficar a conhecer a sua história, os seus objetivos, motivações e desejos, mas uma coisa é certa: trata-se de alguém que gosta de apreciar os prazeres terrenos e que tem muito sentido de humor.

A leitura é feita com rapidez e é divertida. As atitudes de Roy e as suas respostas a certos confrontos e desafios são inesperadas e bem conseguidas. Gostei deste vampiros que aparenta ser descomplicado. Quanto às outras personagens intervenientes, penso que elas representam o preconceito e uma posição mais conservadora. A linguagem do padre pode parecer inesperada, mas parece ter sido mesmo essa a intenção do autor.

O episódio relatado neste conto apresente um breve episódio na existência de Roy. Fica a vontade de que o autor explore esta personagem noutros contos, pois percebe-se que ele tem muito mais para dar.

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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Opinião ao conto "Crónicas Obscuras: Dança do Corvo"

Autor: Vítor Frazão

Opinião:

Vitor Frazão volta a explorar o universo que apresentou em A Vingança do Lobo com mais um conto. Desta vez, a narrativa é centrada em Eleanora, uma personagem feminina que esconde uma enorme força debaixo da sua aparência bela e frágil.

Este conto começa num momento de grande acção. Está a acontecer um combate que sugere ser desigual. Existem tantos movimentos, ataques e contra-ataques que é preciso ler com calma para se perceber bem o que se está a passar. Porém, a confusão não é gerada pelos movimentos, pois estes estão bem descritos, mas sim pela utilização de termos e conceitos japoneses com os quais não estou bem familiarizada.

Logo nas primeiras linhas, dá para perceber que o autor é fã da cultura japonesa. Confesso que ao ler as descrições deste primeiro momento do conto criei imagens na minha mente que muito se aproximavam de séries de anime que assisti, onde os combates são desenfreados mas o herói mantém a expressão tranquila e confiante.

Passado este momento de grande acção, entra-se num outro que é parado e marcado pela reflexão e pelo diálogo. Uma grande mudança de ritmo, mas que faz sentido. É aqui que se percebe o que foi afinal aquele combate e é também aqui que fica a sensação de que esta leitura não é um conto mas sim um capítulo de um livro. Afinal, sente-se que antes aconteceu algo e que a seguir existirão muitos outros desenvolvimentos. Fica a vontade de os acompanhar.

Este é um conto que se lê rapidamente. As descrições de Vitor Frazão fazem-nos imaginar os momentos com facilidade, apesar de, no final, ficar uma ligeira dúvida sobre a intenção deste conto, já que parece carecer de algo maior e de desenvolvimento.


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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Opinião ao conto "Crónicas Obscuras - A Despedida"

Autor: Vitor Frazão
Inserido na revista Conto Fantástico N.º 3 

Opinião:
Depois de ter lido A Vingança do Lobo fiquei com vontade de conhecer melhor este universo criado por Vitor Frazão. Infelizmente o autor viu-se impossibilitado de continuar as suas "Crónicas Obscuras" em formato livro. Contudo, o conto permite não deixar este mundo de parte.

"A Despedida" marca um regresso a "Crónicas Obscuras". Confesso que o início não me foi fácil. A escrita consegue transmitir bem as imagens pretendidas pelo autor, mas o que está a ser descrito pode gerar algum incómodo. Penso que tal acontece por ser uma cena inicial, de apresentação e eu ainda não tinha conhecimento das motivações das personagens.

Logo de seguida, a situação muda e isso deve-se a um desenvolvimento que é acompanhado por uma explicação. Aí tudo se torna mais fácil de aceitar e a vontade de perceber o que vai acontecer a seguir aumenta.

Existe um diálogo muito interessante que apenas peca por não ser mais desenvolvido. É nele que percebemos as implicações de algumas acções, assim como os objectivos e emoções das personagens intervenientes. Confesso que gostei das referências ao passado, mas ficou a faltar também um maior desenvolvimento nessa parte (ou talvez seja eu que não estou muito habituada ao formato conto".

O ambiente é negro e transmite uma ideia de conclusão. Contudo, no final, é com curiosidade que se verifica que a morte da lugar a um novo ciclo. Quero ainda enaltecer o humor negro e a forma eficaz como o autor transmite emoções. Um conto que faz uma boa ligação com a obra.

sábado, 3 de novembro de 2012

Opinião: A Vingança do Lobo (Crónicas Obscuras #1)

Autor: Vitor Frazão
ISBN: 9789898222336
Editora: Chiado Editora (2009)

Sinopse:

No Parque Nacional de Olympic, sobre um crepúsculo enublado, dois campistas são atacados. Dias depois, em pleno Parque Central de Nova York, três corpos aparecem mutilados, alimentando a imaginação dos media. O que eles não sabem é que ambos os crimes são mais do que aparentam. 

Dez anos após ter desertado do seu clã, Lance "Meia-Raça" Fenrison, um lobisomem híbrido, volta à cidade Nova York para se vingar do homem que lhe matou a mulher e a filha. No outro lado do espectro está Isabel Martínez, uma agente da polícia, que ao encontrar-se acidental com Lance é atirada de cabeça para uma realidade que nem sonhara existir, levando-a a duvidar da própria sanidade. O mero regresso de Lance à Grande Maçã acaba por ter mais repercussões do que este poderia imaginar e, sem dar por isso, o licantropo vê-se alvo não só dos Obliteradores, uma sociedade dedicada ao extermínio de todas as criaturas paranormais, como do seu próprio clã. Vale-lhe uma inesperada e invulgar aliada, Eleanora "Lâmina Sangrenta" Reeve, uma vampira atípica, que tem uma única e ambiciosa missão: unir todas as divergentes espécies de Ocultos, o nome colectivo dados aos seres sobrenaturais, contra os Obliteradores que insistem em caçá-los. 

Uma obra com sentimentos profundos, quem sabe apaixonante para quem lê. Palavras de Amor são um capítulo de uma vida... Obliteradores obcecados e inflexíveis; lobisomens belicosos e tribalistas; vampiros inteligentes e intriguistas; feiticeiros poderosos e vulgares humanos que vivem as suas vidas, ignorando que em plena Nova York do século XXI o sobrenatural continua tão forte como em qualquer supersticioso e atrasado canto do mundo medieval.

Opinião:

Nova Iorque, a cidade que nunca dorme e com uma alta taxa de criminalidade. Tudo parece que pode acontecer neste cenário, mas lobisomens? Vampiros? Bruxas e feiticeiras? Em A Vingança do Lobo sim,isso é possível.

Vitor Frazão apresenta um romance de fantasia urbana onde a vingança tem papel de destaque. Inicialmente, o leitor pode não perceber bem o que está realmente a acontecer, pode haver alguma dificuldade em distinguir os heróis dos vilões, questões essas que são totalmente esclarecidas com o decorrer da leitura. Afinal, este é fundamentalmente um livro que nos mostra que a dor e a revolta podem levar o homem a tomar ações e decisões extremas e nem sempre socialmente aceites.

O protagonista da trama é Lance, o Meia-Raça, mas o autor decidiu, e bem, não se debruçar apenas nele. Existem capítulos com os pontos de vista de diferentes personagens, o que fornece ao leitor uma visão mais completa sobre o enredo e também sobre este novo mundo. Assim, o leitor conhece alguns seres fantásticos, entre nas rivalidades entre grupos e, apesar de condenar certas situações, percebe o porquê de assim ser.

Bem e mal são separados por uma linha muito ténue. O leitor vai perceber que são as decisões finais que revelam o verdadeiro carácter de cada personagem e é nesse momento que todas as pontas soltas se ligam.

Ao início,pode custar um pouco a entrar na trama. Talvez o facto de serem apresentadas várias perspectivas e de estas transmitirem, fundamentalmente informação quase em excesso, faça com que não seja fácil criar empatia com as personagens e com que surja algum desinteresse pela história. É com a continuação que o livro realmente agarra, até lá pode ser necessária alguma persistência.

Foi criada uma sociedade complexa e interessante, e terminada esta leitura surge o desejo que mais fações sejam exploradas em próximos volumes. Fica também o apelo de que,caso haja continuação destas crónicas,que existe um maior cuidado no trabalho de revisão.

História interessante que vai interessar aos fãs de fantasias urbanas que tendem para a ação e não para o sentimentalismo.

Entrevista a Vitor Frazão aqui.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Entrevista a Vitor Frazão


Licenciado em Arqueologia, Vítor Frazão sempre apreciou escrever. Leitor compulsivo, decidiu criar as suas próprias tramas, sendo “A Vingança do Lobo” o seu primeiro livro publicado. Para contentamento dos fãs, tem criado contos que possuem ação neste mundo de dark fantasy que apresenta como "Crónicas Obscuras". As novidades do autor podem ser acompanhadas no seu blog, que é atualizado com regularidade.
Agradeço ao Vítor a disponibilidade que demonstrou e a simpatia com que respondeu às questões colocadas.

   
Uma Biblioteca em Construção (U.B.C.) - Como é que o arqueólogo se tornou autor de dark fantasy?
Vitor Frazão (V.F.) - A bem dizer, o autor de dark fantasy (ou, pelo menos, o desejo de o ser) já existia muito antes do arqueólogo, simplesmente foi posto de lado durante uns tempo e ainda bem, porque teve oportunidade de crescer.

U.B.C. - A tua formação académica auxiliou na construção do mundo das “Crónicas Obscuras”?
V.F. - Sim, ajudou-me a aperfeiçoar o método de pesquisa e a ter outra percepção dos mitos como produto cultural de determinados factores sociais e geográficos.

U.B.C. - Como foi começar a escrever o primeiro livro?
V.F. - Foi o regresso a algo divertido e familiar. Na adolescência fiz algumas tentativas, até determinadas circunstâncias me levarem a desistir de escrever, mas não de continuar a imaginar histórias. Quando comecei a escrever “A Vingança do Lobo” foi simplesmente uma questão de materializar uma ideia que já tinha (embora, verdade seja dita, muito mudou entre a ideia original e o produto final).

U.B.C. - Porquê uma trama repleta de mitologia e de seres sobrenaturais?
V.F. - Desde miúdo que gosto de mitologia, em particular dos monstros, que sempre me pareceram muito mais interessantes que os heróis. Escrever sobre eles pareceu-me a escolha mais lógia e agrada-me a ideia de, tendo-os como base, poder alargar a temática.

U.B.C. - Terminado o manuscrito, como foi o processo de encontrar editora?
V.F. - Longo e repleto de muitas negas, como mais tarde aprendi que é a norma. Verdade seja dita, por demorado que tenha sido, hoje acredito que devia ter sido um pouco mais paciente.

U.B.C. - Como te sentiste ao ver o livro à venda?
V.F. - Acredites ou não, já não me lembro muito bem. Suponho que na altura tenha sentido algum orgulho desproporcional. Hoje em dia sei que a publicação está para o livro, como a cerimónia para o casamento, é apenas o início, o verdadeiro valor e durabilidade só se revelará depois.

U.B.C. - Como é lidar com as críticas?
V.F. - Quando são justificadas e apontam questões pertinentes, constituem elementos cruciais para evoluir como escritor e contador de histórias. As restantes, produto de mero ódio ou desprovidas de sentido, ignoro. Claro que sou apenas humano e há dias em que as levo mais a peito, mas a vida é precisamente isso, aprender a lidar com o que nos atiram. Se não for capaz de aguentá-las mais vale deixar de escrever.
(2009)

U.B.C. - A “Vingança do Lobo” sugere ser o primeiro livro de uma saga. Já existem sinais de uma continuação?
V.F. - É o primeiro de uma saga e não é. Uma saga implica continuidade e embora existam alguns livros de “Crónicas Obscuras” que podem ser considerados sequelas de “A Vingança do Lobo”, outros passam-se apenas no mesmo universo, sem qualquer ligação à narrativa inicial. Um exemplo disto são a maioria dos contos que tenho vindo a escrever.
Quando à continuação, sim, já estão escritos os três seguintes.

U.B.C. - Esses três livros que estão escritos vão ser publicados pela mesma editora ou estás a procurar outra?
V.F. - Estou à procura de outra. Aliás, é o único motivo pelo qual ainda não foram publicados.

U.B.C. - Quais consideras serem as tuas principais características enquanto autor?
V.F. - Prefiro deixar esse género de avaliação para terceiros. Em traços gerais poderei mencionar o uso de muitas personagens, mudança de narradores e a diluição das linhas entre Bem e Mal, deixando a moral ao critério do leitor. Outros pontos que poderia mencionar entrariam na categoria das características apontadas por terceiros.

U.B.C. - Quais são as principais influências na tua escrita?
V.F. - Terei de dizer, principalmente: série televisiva “ER”, os autores David Gemmell e Lian Hearn, assim como, claro, todos os mitos e lendas a que foi exposto desde infância. Não quero fazer desta resposta um testamento, por isso, se quiserem saber os “porquês” destas influências podem ir ao meu blog ou desafiarem-me a responder nos comentários.

U.B.C. - Que autores não podes deixar de acompanhar?
V.F. - Existem muitos autores dos quais tive um “cheirinho” e mal posso esperar por ler mais, assim como outros que ainda quero experimentar. Agora, acompanhar, no sentido de estar atento às novidades terei de dizer: Juliet Marillier, Neil Gaiman, Stephen King, Pedro Ventura, Peter V. Brett e Joe Abercrombie.

U.B.C. - O blog “Crónicas Obscuras” tem apenas um papel de divulgação?
V.F. - Essencialmente, sim. Divulgação, ajudar a manter o contacto com os leitores e dar informações extra sobre o universo literário de “Crónicas Obscuras”. Houve uma altura em que pensei alargar a temática do blog, porém, achei que ficaria demasiado dispersa.

U.B.C. - Quais são as vantagens das ferramentas online para um autor?
V.F. - Além de uma excelente ferramenta de divulgação, é crucial para aqueles autores que privilegiam uma relação com os fãs.

U.B.C. - Para além da continuação das “Crónicas Obscuras”, já existem ideias para um projeto distinto?
V.F. - Sim, ocasionalmente vou tendo ideias para outros projectos, essencialmente de high fantasy, contudo, como ainda tenho tantas histórias para narrar dentro de “Crónicas Obscuras” e cenários para explorar, tenho-os deixado de parte.