quinta-feira, 28 de julho de 2016

Opinião: Para Sempre, Talvez

Título Original: Where Rainbow End (2004)
Autor: Cecelia Ahern
Tradução: Maria de Almeida
ISBN: 9789722334624
Editora: Editorial Presença (2005)

Sinopse: 

Com grande perspicácia e originalidade, Cecelia Ahern conta-nos a história envolvente de um amor contrariado por um destino que teima em brincar com os seus dois protagonistas. Alex e Rosie atravessaram a infância e a adolescência juntos, mas quando chega o momento de começarem a descobrir as alegrias das noites na cidade e das primeiras aventuras amorosas, o destino resolve pregar-lhes uma partida ao colocar entre os dois a vastidão do oceano Atlântico, quebrando, assim, a evolução natural e espontânea de uma relação de amizade para algo mais profundo. Mas poderão o tempo, a distância e o próprio destino ser mais fortes que um grande amor?

Opinião:

Regra geral, prefiro ler o livro antes de ver o filme. Mas aconteceu o contrário com Para Sempre, Talvez. A obra de Cecelia Ahern nunca me tinha chamado a atenção, mas depois de ver e gostar da película com Lily Collins e Sam Claflin nos principais papéis, fiquei com vontade de começar a leitura. Não vou dizer qual é melhor, se o livro ou o filme, pois esta não é uma opinião comparativa. Mas posso sim dizer que não fiquei tão agradada quanto imaginei que iria ficar.

No início, fiquei logo a torcer o nariz. Estava à espera de um texto narrativo comum, que acompanhasse certos momentos e pensamentos de Rosie e Alex. Em vez disso, a história é exposta através de bilhetes, mensagens, e-mails, cartas e postais. Não gostei desta opção porque senti que estava a perder os eventos que realmente importavam. Também não percebi o motivo para . Além disso, não consigo imaginar alguém que passe tantos anos a comunicar sempre dessa forma. Numa era em que todas as pessoas têm telemóvel e em que há videochamadas, custou-me a acreditar que certas informações fossem transmitidas por mensagens instantâneas. E já que menciono as mensagens instantâneas, como é possível que o discurso de alguém seja interrompido através desta forma de comunicação? Não sei, mas a autora fez isso em diversos momentos.

Já resignada a esta forma de escrita, comecei a tentar apreciar a história de amor. Não deixa de ser engraçado ver como duas pessoas não compreendem a dimensão dos sentimentos que têm uma pela outra. Isto fez com que, ao início, achasse graça à ingenuidade de ambos, assim como às reviravoltas do destino que os parecia afastar. Porém, a certo ponto, comecei a sentir-me cansada e frustrada por estas duas figuras nunca conseguirem expor os seus sentimentos e lutarem por eles. É uma indecisão que dura muitos anos, mais do que aqueles que eu estava à espera.

Não fiquei completamente encantada com Rosie ou Alex. Sim, são personagens que têm bom coração, são divertidas e fazem pensar no quão importante é percebermos quais são os nossos reais sentimentos e desejos e em como é preciso ter coragem para assumi-los. Porém, o facto de viverem tanto tempo num impasse fez-me sentir frustração e a, por diversas ocasiões, querer entrar no livro para os abanar ou gritar com eles. Entre as personagens secundárias, destaco Katie por adorar a forma como sempre defendeu a mãe e por estar disposta a arriscar para ser feliz.

Gostei que a autora tivesse mostrado os altos e baixos de uma vida, que mostrasse que, por mais planos que sejam projetados, nada acontece quando imaginamos. Como tal, é preciso que sejamos capazes de nos moldar às adversidades e novos desafios. Algo considerado terrível por vir a ser visto, mais tarde, como uma oportunidade. E também é verdade que a recompensa por der melhor do que aquela que esperávamos. E é junção de tudo isto que nos faz evoluir.

Para Sempre, Talvez não me fez suspirar e rir como imaginei que ira fazer. É um livro que, depois de me ter habituado à forma como a história é contada, se tornou agradável de ler. Porém, tem muitos momentos que causam frustração. Cecelia Ahern faz pensar sobre a vida, sobre como as nossas decisões são poderosas e sobre como é importante sermos fiéis a quem somos e aos nossos desejos. Afinal, esse o caminho para alcançar a felicidade.

2 comentários:

Denise disse...

Já li esse livro há muitos anos mas ainda recordo bem essas dúvidas dos personagens. Cecelia Ahern é uma autora que foca muito as relações, as dúvidas e anseios mas numa dimensão mais leve, digamos assim. «Um Lugar Chamado Aqui» aborda uma temática diferente, e na altura achei interessante. Fica a dica :)

Boas leituras!

Cláudia disse...

Olá Denise. Obrigada pela dica, vou pesquisar esse livro ;)

Beijinho*