Título original: Exile
(1990)
Autor: R. A. Salvatore
Tradutor: Mário Matos
ISBN: 9789896372903
Editora: Edições Saída de Emergência (2011)
Sinopse:
Após renegar a sua própria família e partir para longe de Menzoberranzan,
a sua pátria, Drizzt tem que aprender a sobreviver e conquistar um novo lar
no imenso labirinto dos túneis subterrâneos onde se ocultam criaturas das
trevas. Mas o verdadeiro perigo parte da sua própria raça e Drizzt terá que
estar atento a sinais de perseguição, pois os elfos negros não são um povo
misericordioso…
Venha descobrir Drizzt, o elfo negro, uma das personagens mais lendárias
da fantasia. E acompanhe-o na épica e intrépida jornada para longe de um
mundo onde não tem lugar… em busca de outro, na superfície, onde talvez
nunca o aceitem.
Opinião:
Segundo volume da Trilogia do Elfo Negro, continua a desvendar as
aventuras de Drizzr Do’Urben, uma das personagens mais marcantes de The
Icewind Dale Trilogy – trilogia que sucede a presente.
Drizzt surge num ambiente solitário e alienado, em consequência dos eventos do
primeiro volume: o nosso herói renegou a própria família e a sociedade de
Menzoberranzan, uma vez que não consegue identificar-se com a crueldade e
malícia dos jogos de poder que aí existem. Passaram dez anos desde que Drizzt
vagueia no submundo acompanhado apenas por Guenhwyvar, a fiel pantera.
“Pelos longos corredores do Subescuro seguiram o caçador e o seu felino sem
fazer um ruído, sem fazer mexer uma pedra. Juntos tinham aprendido a conhecer
os perigos deste mundo de sussuros. Juntos tinham aprendido a sobreviver. (…)
Não temia inimigos, mas já não tinha a certeza se a sua coragem vinha da
confiança ou se vinha da apatia que sentia em viver. Talvez a sobrevivência não
bastasse.”
O elfo negro vai ter que lidar com a solidão que encontra num labirinto
gigantesco de túneis que escondem alguns segredos perigosos. Mas se Drizzt
acreditava ser esse o seu maior problema, engana-se: a família não esqueceu
aquilo que ele fez, e está a preparar uma vingança macabra com a ajuda da Deusa
Aranha, Lolth.
Um dos aspectos mais interessantes deste volume prende-se com a existência do
ser fora de uma sociedade e a forma como isso o afecta. Drizzt passa anos a
vaguear por túneis, e nem sempre consegue ter a companhia da pantera que precisa
de voltar ao seu plano astral com regularidade. O elfo negro começa a ter
alguns devaneios próprios de quem vive só e chega a tomar medidas desesperadas
para manter a sanidade, mas sem nunca colocar a hipótese de regressar para
junto da família.
Contudo, alguns dos momentos solitários podem tornara leitura monótoma e mais lenta. O leitor que ficou entusiasmado com a acção do primeiro volume vai-se deparar com uma narrativa mais focada na mente do protagonista, apesar de ainda existirem batalhas e obstáculos bem reais a ultrapassar.
Apesar de Drizzt ter abandonado Menzoberranzan, o leitor continua a conseguir
acompanhar os principais eventos que ocorrem nesta fascinante e cruel
sociedade, o que é bastante agradável e acaba por quebrar com a monotomia dos capítulos mais parados de Drizzt.
A escrita continua a ter as características do primeiro volume. Bastante
simples, transporta o leitor para um enredo previsível, onde as descrições das
cenas de luta e caça fazem sentir estar a jogar um RPG (role-playing game).
Os leitores que apreciaram Pátria, vão gostar de Exílio que, apesar
da sua previsibilidade e do ritmo mais lento, deixa em aberto uma nova aventura num território diferente e
com muitos segredos por desvendar.
Outros livros de R. A. Salvatore:
Pátria (Trilogia do Elfo Negro #1)
2 comentários:
Olá,
Gostei desta trilogia, mas penso que nenhum dos seguintes chega à complexidade do primeiro volume, sinceramente mais valia o nosso amigo elfo regressar ao seu universo, mas sim não deixa de ser uma leitura agradável :D
Olá Fiacha!
Concordo contigo, até porque as cenas mais interessantes eram as passadas em Menzoberranzan. Adorei aquela sociedade com valores tão contrários aos nossos e quanto mais o Drizzt se afasta desta realidade menos interessantes se tornam os livros, na minha opinião. Bj*
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