terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Opinião: Exílio (A Trilogia do Elfo Negro #2)

Título original: Exile (1990)
Autor: R. A. Salvatore
Tradutor: Mário Matos

ISBN: 9789896372903
Editora: Edições Saída de Emergência (2011)

Sinopse:




Após renegar a sua própria família e partir para longe de Menzoberranzan, a sua pátria, Drizzt tem que aprender a sobreviver e conquistar um novo lar no imenso labirinto dos túneis subterrâneos onde se ocultam criaturas das trevas. Mas o verdadeiro perigo parte da sua própria raça e Drizzt terá que estar atento a sinais de perseguição, pois os elfos negros não são um povo misericordioso…
Venha descobrir Drizzt, o elfo negro, uma das personagens mais lendárias da fantasia. E acompanhe-o na épica e intrépida jornada para longe de um mundo onde não tem lugar… em busca de outro, na superfície, onde talvez nunca o aceitem.



Opinião:

Segundo volume da Trilogia do Elfo Negro, continua a desvendar as aventuras de Drizzr Do’Urben, uma das personagens mais marcantes de The Icewind Dale Trilogy – trilogia que sucede a presente.

Drizzt surge num ambiente solitário e alienado, em consequência dos eventos do primeiro volume: o nosso herói renegou a própria família e a sociedade de Menzoberranzan, uma vez que não consegue identificar-se com a crueldade e malícia dos jogos de poder que aí existem. Passaram dez anos desde que Drizzt vagueia no submundo acompanhado apenas por Guenhwyvar, a fiel pantera.

“Pelos longos corredores do Subescuro seguiram o caçador e o seu felino sem fazer um ruído, sem fazer mexer uma pedra. Juntos tinham aprendido a conhecer os perigos deste mundo de sussuros. Juntos tinham aprendido a sobreviver. (…) Não temia inimigos, mas já não tinha a certeza se a sua coragem vinha da confiança ou se vinha da apatia que sentia em viver. Talvez a sobrevivência não bastasse.”

O elfo negro vai ter que lidar com a solidão que encontra num labirinto gigantesco de túneis que escondem alguns segredos perigosos. Mas se Drizzt acreditava ser esse o seu maior problema, engana-se: a família não esqueceu aquilo que ele fez, e está a preparar uma vingança macabra com a ajuda da Deusa Aranha, Lolth.

Um dos aspectos mais interessantes deste volume prende-se com a existência do ser fora de uma sociedade e a forma como isso o afecta. Drizzt passa anos a vaguear por túneis, e nem sempre consegue ter a companhia da pantera que precisa de voltar ao seu plano astral com regularidade. O elfo negro começa a ter alguns devaneios próprios de quem vive só e chega a tomar medidas desesperadas para manter a sanidade, mas sem nunca colocar a hipótese de regressar para junto da família. 


Contudo, alguns dos momentos solitários podem tornara leitura monótoma e mais lenta. O leitor que ficou entusiasmado com a acção do primeiro volume vai-se deparar com uma narrativa mais focada na mente do protagonista, apesar de ainda existirem batalhas e obstáculos bem reais a ultrapassar.

Apesar de Drizzt ter abandonado Menzoberranzan, o leitor continua a conseguir acompanhar os principais eventos que ocorrem nesta fascinante e cruel sociedade, o que é bastante agradável e acaba por quebrar com a monotomia dos capítulos mais parados de Drizzt.

A escrita continua a ter as características do primeiro volume. Bastante simples, transporta o leitor para um enredo previsível, onde as descrições das cenas de luta e caça fazem sentir estar a jogar um RPG (role-playing game).

Os leitores que apreciaram Pátria, vão gostar de Exílio que, apesar da sua previsibilidade e do ritmo mais lento, deixa em aberto uma nova aventura num território diferente e com muitos segredos por desvendar. 


Outros livros de R. A. Salvatore:
Pátria (Trilogia do Elfo Negro #1)

2 comentários:

Fiacha disse...

Olá,

Gostei desta trilogia, mas penso que nenhum dos seguintes chega à complexidade do primeiro volume, sinceramente mais valia o nosso amigo elfo regressar ao seu universo, mas sim não deixa de ser uma leitura agradável :D

Cláudia disse...

Olá Fiacha!
Concordo contigo, até porque as cenas mais interessantes eram as passadas em Menzoberranzan. Adorei aquela sociedade com valores tão contrários aos nossos e quanto mais o Drizzt se afasta desta realidade menos interessantes se tornam os livros, na minha opinião. Bj*