domingo, 17 de junho de 2012

Opinião: Acácia - Ventos do Norte (#1)


Autor: David Anthony Durham
Título Original: Acacia – The War with the Mein (2007)
Tradução: Maria Correia
ISBN: 9789896373238
Editora: Edições Saída de Emergência (2011)

Sinopse:

O Mundo Conhecido é governado por Leodan Akaran, um rei que herdou o trono conquistado há gerações pelos seus antepassados. Leodan governa em aparente paz a partir da bela ilha de Acácia, local que em muito se distancia da realidade do resto do mundo. Consciente dos horrores que existem nos outros reinos que estão sob sua tutela, onde o tráfico de droga e de vidas humanas são essenciais para a manutenção do poder, Leodan procura esconder essa realidade dos quatro filhos que tanto ama. Como tal, Aliver, Corinn, Mena e Dariel acreditam que a sua linhagem é honrada e que o pai é um soberano que governa os reinos com justiça e equidade. Entretanto, Leodan anseia colocar um fim à opressão do seu povo, mas para tal terá de lidar com forças poderosas que nunca permitiriam tal ação.

Enquanto o rei do Mundo Conhecido trava uma luta interior, um assassino do povo dos Mein consegue entrar no coração de Acácia com o objetivo de atacar mortalmente o soberano, ao mesmo tempo que diversos exércitos reais são atacados ao longo de todo o reino. Apesar da imprevisibilidade de tais acontecimentos, Leodan aciona um plano secreto que tem o objetivo de proteger os filhos.

Opinião:

O livro original de David Anthony Durham foi dividido em dois volumes pelas Edições Saída de Emergência, sendo “Acácia – Ventos do Norte” a primeira metade da tradução. Como tal, é necessário ter em atenção, desde o início, que a trama deste livro não vai apresentar uma conclusão.

O início pode ser considerado um pouco lento e com poucos momentos de desenvolvimento, mas tal é explicado por se tratar de uma longa introdução a este novo universo. Um leitor habituado a narrativas do género não terá qualquer dificuldade em acompanhar este mundo, a dinâmica dos focos de poder, a história que vai sendo revelada e a intriga.

Numa primeira fase, são as personagens que cativam, muito graças à sua ambiguidade e ao facto de o autor conceber cada capítulo com um ponto de vista distinto. Inicialmente, pode existir uma ideia estereotipada de cada pessoa que surge, mas o decorrer na leitura mostra que as personalidades não são lineares. Assim por exemplo, o rei surge como justo e ama os filhos incondicionalmente, mas a verdade é que durante o seu reinado permitiu que milhares de homens, mulheres e principalmente crianças fossem escravizados; condena o tráfico de droga, mas, desde a morte da mulher, encontrou no seu consumo um conforto. Thaddeus, o conselheiro do rei, não é o homem fiel que deveria ser, mas a verdade é que o seu passado está marcado pela forte traição do soberano que servia, o que condicionado os seus atos. Esta indefinição é encontrada na grande maioria das personagens com maior relevância, o que muito me agrada.

Os próprios filhos do rei são bastante interessantes. Completamente diferentes uns dos outros, o leitor vê o que o exílio fez a cada um, acompanha as suas transformações e anseia saber o que o destino (ou o autor) lhes reserva.

Confesso que, a certa altura, senti alguma confusão em distinguir algumas personagens, nomeadamente as que se encontram fora do núcleo de Acácia. Também é verdade que o mapa apresentado no início ajuda a perceber a mente do autor, mas existiram certos locais que foram mencionados ao longo da narrativa que não aparecem assinalados no mesmo, o que faz com que surja alguma desorientação no acompanhamento das movimentações das personagens.

Este livro, apenas por si, não marca particularmente, mas isso é explicado pelo facto de se tratar de uma primeira metade do original. Existe uma sensação de leitura incompleta, uma vez que esta parece ser apenas uma preparação de grandes acontecimentos que estão prestes a chegar. Assim sendo, fica a curiosidade por ler o volume seguinte, de modo a ser possível tirar conclusões mais concretas acerca deste novo universo.

4 comentários:

addle disse...

Já estive para comprar este livro algumas vezes, mas não sei porquê nunca o trouxe. Talvez seja o facto de ser um livro "incompleto". Não gosto quando as editoras fazem isso, já com a Guerra dos Tronos é a mesma coisa.

Cláudia disse...

Olá Addle!
Eu também hesitei ao comprar este livro pelas mesmas razões. Gostei da leitura desta primeira parte, mas realmente fica a sensação de que a não terminou e eu não sou pessoa de deixar um livro a meio.
É engraçado, mas não sinto tanto isso com a Saga de Gelo e Fogo, talvez porque o autor constrói a intriga de uma forma diferente.
Beijinho*

antonio disse...

Eu já li os 1ºs quatro volumes e estou a adorar ... é viciante ... pra mim melhor e mais fácil que a guerra dos tronos porque tem menos personagens iniciais ... :)

Cláudia disse...

É realmente uma série muito viciante, António. Diferente de A Guerra dos Tronos, uma saga de que também gosto muito.

Cumprimentos