quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Opinião: Coroa da Meia-noite (Trono de Vidro #2)

Título Original: Crown of Midnight (2013)
Autor: Sarah J. Mass
Tradução: Liliana Lavado
ISBN: 9789897542527
Editora: Marcador (2016)

Sinopse:

 Ela é a maior assassina que o seu mundo algum dia conheceu. Mas onde a conduzirão a sua consciência e o seu coração?
Num trono de vidro, governa um rei com punho de ferro e alma tão negra como o breu. Celaena Sardothien, a Assassina de Adarian, venceu uma competição violenta e tornou-se no seu campeão. No entanto, Celaena está longe de ser leal à Coroa. Ela faz a sua vigilância em segredo; sabe que o homem a quem serve está vergado ao mal.
Manter esta encenação mortífera torna-se cada vez mais difícil quando Celaena se apercebe de que não é a única que está à procura de justiça. Ao tentar desvendar os mistérios enterrados no coração do castelo de vidro, a sua relação com as pessoas que lhe são mais próximas sofre com isso. Aparentemente, todos questionam a sua lealdade — Dorian, o príncipe herdeiro; Chaol, o capitão da Guarda; e até mesmo Nehemia, a sua melhor amiga, princesa de um reino distante e com um coração rebelde. Mas numa terrível noite, os segredos que todos eles têm guardado conduzem-nos a uma tragédia indescritível. O mundo de Celaena é destruído e ela é forçada a abdicar daquilo que considera mais precioso e a decidir de uma vez por todas onde está assente a sua verdadeira lealdade... e por quem está disposta a lutar.

Opinião:

Era um livro que aguardava há muito e tive de o ler assim que me chegou às mãos. Coroa da Meia-Noite dá seguimento a Trono de Vidro (opinião aqui) e prova que esta série tem tudo para continuar a impressionar. Uma heroína cativante, mistério, romance, perigo, aventura e desenvolvimentos imprevistos são os ingredientes chave desta história de autoria de Sarah J. Maas.

No primeiro livro, vimos Calaena a travar uma competição para se tornar campeão do rei. Agora, é possível vê-la a assumir as funções desse cargo. É curioso constatar os diferentes lados deste cargo. Por um lado, ser campeão do rei é algo que faz a nossa heroína pensar em liberdade, mas por outro também é algo que a coloca em choque contra alguns dos seus princípios. Numa outra vertente, esta função poderá ainda dissimular um outro objectivo maior. Todas estas visões surgem a certo momento na obra, e isso faz pensar sobre as camadas que compõe Calaena.

Esta é uma protagonista que esconde bem quem realmente é. Numa primeira análise é tida como uma assassina fria e cruel disposta a tudo, mas quando a conheci fiquei impressionada com o seu grande coração e sentido de humor. Percebe-se que o ofício pelo qual é conhecida surgiu devido a circunstâncias adversas. E se neste livro fica patente que ela é capaz de tudo por um bem maior, também se descobre que é detentora de um lado ainda mais negro do que aquilo que inicialmente se poderia imaginar. Além disso, uma revelação sobre o seu passado acaba por dar consistência à sua personalidade e a torná-la ainda mais impressionante e cativante.

Se no livro anterior fiquei interessada na lenda que Calaena era, desta vez gostei muito de conhecer melhor algumas das acções que a levaram a ser tão famosa e temida em Erilea. Ao longo da narrativa, são explorados pedaços do passado da protagonista, tanto momentos de maior acção como questões mais sentimentais. Percebe-se que o seu sarcasmo, muitas vezes, é uma ferramenta de defesa e que ela não deixa de ser uma jovem mulher que sonha com uma vida pacífica e tranquila. Mas isso parece impossível.

A trama consegue agarrar desde a primeira página, graças a momentos de grande ação e a outros de revelações inesperadas. Por mais que Calaena tente com que as suas novas funções provoquem o mínimo de dano possível ao mesmo tempo que deixam o governante satisfeito, existe sempre algo que se intromete no seu caminho e a leva a deixar ao de cima o que tem de pior. Neste livro existe mesmo um momento de grande desespero que a leva a não ter noção das suas ações que faz ter pena por aqueles que sofreram as consequências.

O príncipe Dorian e capitão Chaol continuam a ser outras figuras bastante fortes nesta história. E é engraçada verificar o quanto ambos estão a mudar ao longo desta aventura. Se Dorian parecia um herdeiro mimado, desta vez deu maior força à ideia de que pode ser o principal opositor do seu pai. Além disso, uma mudança relativa ao príncipe dados pistas sobre o real poder do rei e torna tudo o que se passa à volta de Dorian ainda mais interessante. Chaol, por seu lado, foi o que, desta vez, menos me impressionou dos dois. Penso que tal aconteceu por, talvez, as suas decisões serem mais previsíveis e por, a certo ponto, ter colocado Calaena numa posição bastante vulnerável.

Se já tinha gostado do primeiro volume desta série, agora fiquei com a certeza e que quero mesmo continuar a acompanhá-la. Coroa da Meia-noite deixou-me com vontade de ter a continuação das aventuras de Calaena já nas minhas mãos. As personagens cativaram-me, a ação deixou-me a ansiar por mais e todo o ambiente, repleto de perigo, magia e romance, fizeram-me ficar rendida. Uma série que marca pela diferença e que me deixou fã.

Opiniões a outros livros de Sarah J. Maas:
Trono de Vidro (Trono de Vidro #1)

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