sexta-feira, 28 de junho de 2013

Opinião: A Lenda do Vento (A Torre Negra #8)

Título original: The Wind Through the Keyhole (2012)
Autor: Stephen King
Tradução: Rosa Amorim
ISBN: 9789722525619
Editora: Bertrand Editora (2013)

Sinopse:

Roland Deschain, Jake, Susannah, Eddie e Oy enfrentam uma terrível tempestade quando acabam de atravessar o rio Whye e são obrigados a abrigar-se numa cidade há muito abandonada. Embalados pelo brilho das chamas e pelo uivo do vento, os quatro companheiros acompanham o pistoleiro em dois episódios de seu passado. Uma viagem encantadora e assustadora ao mundo de Roland e um testemunho do poder e da magia de Stephen King a contar histórias.

Opinião:

Oitavo volume da saga "A Torre Negra" – mas situado cronologicamente entre os volumes quatro e cinco – em A Lenda do Vento acompanhamos Roland Deschain, um pistoleiro destemido, Jake, Susannah e Eddie, que são originários da nossa realidade, e também Oy, um estranho animal que parece ter algumas características humanas. Durante uma jornada, estas personagens são surpreendidas por uma violenta tempestade e são obrigados a procurar abrigo numa cidade abandonada. Aí, Roland desvenda uma história do seu passado e revela uma das suas lendas preferidas.

A Lenda do Vento não é o primeiro livro da saga e talvez por isso mesmo existam certos conceitos e referências que são estranhos, não fazem sentido e possam confundir um pouco a leitura. Contudo, não é isso que faz não compreender a história, apesar de se sentir uma necessidade de saber o que aconteceu antes de modo a perceber melhor este universo e as motivações de algumas personagens.

O mundo deste livro apresenta-se como um de muitos que existem em paralelo ao nosso. Tem algumas inspirações na Idade Média, nomeadamente na organização social e nas crenças, mas também no faroeste americano, muito graças às referências que nos fazem lembrar cowboys. Existem também algumas características mais futuristas, nomeadamente no surgimento de dispositivos demasiado avançados que se confundem com objectos mágicos. Sendo assim, pode-se dizer que Stephen King reuniu diversos elementos que parecem não ter ligação, mas que acabam por funcionar numa forma curiosa, apesar de ao início poderem provocar estranheza.

A organização da trama não é convencional. Inicialmente, o leitor acompanha as personagens acima mencionadas. A certo momento, o protagonista começa a narrar um acontecimento passado, dando início a um novo capítulo que apresenta essa situação, contada na primeira pessoa. A meio dessa história, uma personagem começa a narrar uma lenda, e o leitor volta a encontrar um novo capítulo que tem essa mesma lenda como trama principal. No final, fica a ideia que apenas duas destas três histórias terminaram, que todas têm forte ligação entre si e que fazem revelações importantes para quem tem estado a seguir a saga.

O facto de existirem três acções distintas faz com que exista um vasto leque de personagens. Todas elas são diferentes e dotadas de personalidades características, destacando-se Roland e Tim. Existem diversas reviravoltas, momentos intensos e descrições tão precisas que chegam a repugnar, ou não estivéssemos a falar de um livro de Stephen King.

No final, percebe-se que este é um volume que até pode ser lido sozinho, mas que parece perder grande do seu sentido lido desta forma. Ficou a vontade de acompanhar a saga desde o início.

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