Autor: Daniel Defoe
Tradutor: Maria João Medeiros
ISBN: 9789898174901
Editora: Guerra & Paz (2010)
Sinopse:
Originalmente publicado em 1726, e agora pela primeira vez traduzido em Portugal, a História Política do Diabo, de Daniel Defoe, é um texto que combina a visão bíblica e o senso comum, oferecendo uma panorâmica abrangente do papel do Diabo na sociedade ao longo dos tempos. No seu estilo vigoroso e exótico, o feroz crítico de Milton e do seu Paraíso Perdido apresenta o Diabo como um Robinson Crusoe na sua ilha deserta, condenado ao destino de se ver rodeado de hipocrisia e cupidez por todos os lados humanos. Satã – como anjo caído ou cavalheiro de levantada condição – revela-se-nos nas duas partes bastante diferentes que compõem o livro e que fascinam pela sua irreverência mordaz, cuidado histórico e... actualidade.
Opinião:
Daniel Defoe divide História Política do Diabo em duas partes com um método que faz lembrar a Bíblia,
sendo que numa primeira parte está patente a origem do Diabo e o seu percurso
até à data do nascimento de Jesus, enquanto na segunda está presente uma
reflexão sobre o impacto do aparecimento do filho de Deus entre os homens e das
várias formas de operar do Diabo.Tradutor: Maria João Medeiros
ISBN: 9789898174901
Editora: Guerra & Paz (2010)
Sinopse:
Originalmente publicado em 1726, e agora pela primeira vez traduzido em Portugal, a História Política do Diabo, de Daniel Defoe, é um texto que combina a visão bíblica e o senso comum, oferecendo uma panorâmica abrangente do papel do Diabo na sociedade ao longo dos tempos. No seu estilo vigoroso e exótico, o feroz crítico de Milton e do seu Paraíso Perdido apresenta o Diabo como um Robinson Crusoe na sua ilha deserta, condenado ao destino de se ver rodeado de hipocrisia e cupidez por todos os lados humanos. Satã – como anjo caído ou cavalheiro de levantada condição – revela-se-nos nas duas partes bastante diferentes que compõem o livro e que fascinam pela sua irreverência mordaz, cuidado histórico e... actualidade.
Opinião:
Defoe sentiu a necessidade de explicar quem é o diabo, entendido como identidade singular ou como referência plural: de que forma influenciou a humanidade e de que actos é acusado injustamente, porquê é que Deus o enviou para a terra, mesmo com poderes limitados, pois passa a ter fácil acesso à humanidade que é frágil e facilmente se corrompida. Para melhor compreender esta entidade, o autor explora as suas origens (pelo menos até onde é humanamente possível ir), ou seja, desde que era um dos mais gloriosos serafins. Questiona o motivo da queda de Satã e de como foi possível a um ser celeste e puro começar a desenvolver intentos maldosos.
O leitor é levado a reflectir sobre alguns dos passos mais relevantes do demo na terra, que coincidem com a história da humanidade, enquanto são apresentados os seus vários nomes assim como é feita uma crítica a quem aceita cada nome como uma entidade. Para Defoe o Diabo reúne em si todas as identidades, apresentadas como individuais por outros autores.
A existência de um Deus é vista como um dado adquirido, o que leva, inevitavelmente para o autor, à crença da existência do Diabo, uma vez que um só existe por oposição ao outro. A relação entre as duas entidades é tema de reflexão ao longo de todo o livro, sendo de salientar as razões que levaram o demo à expulsão e as formas como coexistem.
É feita uma análise bastante detalhada sobre diversos aspectos, tais como os motivos do diabo, a sua aparência, a sua forma de agir e de persuadir, a sua passagem pela história da humanidade, entre outros.
É possível encontrar diversas críticas ao Paraíso Perdido, de John Milton, que apresenta a guerra dos céus que levou à queda de Lúcifer. O autor contrapõe diversos argumentos numa tentativa de refutar algumas das premissas de Milton e de provar falhas e contradições na sua obra.
É necessário que o leitor tenha em consideração a data em que a obra foi escrita, pois as ideias do século XVIII estão bastante presentes. Sendo assim:
- Para Defoe, as culturas pagãs, tais como as dos índios da América ou das tribos africanas, são consideradas como venerações do diabo. Este aspecto faz retomar a ideia extremista de que o que é diferente é necessariamente maligno.
- Outra questão prende-se com a condição feminina, uma vez que se sente, ao longo da leitura, que as mulheres são consideradas mais susceptíveis a entrar no jogo maléfico do que os homens.
- É ainda possível ver a ideia de que o que é feio é mau, enquanto o belo é sinónimo de bom, na medida em que o autor defende que a maldade rouba a beleza, sendo, desta forma, mais fácil reconhecer a presença do maldito entre nós.
História Política do Diabo possui uma linguagem bastante mordaz, sarcástica humorística e inteligente. A tradução (a primeira feita em português), está maravilhosa, uma vez que é possível constatar um enorme trabalho e esforço para fazer adequar a linguagem do século XVIII e fazê-la parecer actual, o que torna a leitura mais fácil e acessível.
Este é um livro bastante interessante, que vai agradar a quem se interessa por questões religiosas ou sobrenaturais e que queira reflectir ou conhecer melhor uma das figuras mais presentes na história da humanidade.
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