sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Aquisições de Agosto

A Saga de Alex 9, de Bruno Martins Soares
 Sinopse:
Estamos no século XXII. Alex 9 é uma órfã adotada por uma poderosa corporação e treinada para ser a mais temível arma de combate que já existiu. Envolvida numa missão da qual desconhece os contornos, é lançada para os confins do espaço e só acorda duzentos anos depois na Terra. Mas não é a nossa Terra. Este novo planeta em tudo semelhante ao nosso vive numa Idade Média onde impérios se enfrentam em sangrentas batalhas. E a chegada de Alex 9 veio baralhar tudo pois cumpre uma antiga profecia. Atacada por forças misteriosas que procuram destruí-la, a jovem também encontra aliados inesperados e, quem sabe, algo que sempre julgou não estar destinado a si. Numa saga repleta de perigos, para sobreviver Alex 9 terá de desvendar os mistérios que levaram dois mundos distantes no espaço e no tempo a embrenharem-se em guerras sangrentas. E com armas magnéticas, espadas japonesas, batalhas de naves e cargas de cavalaria a concorrerem entre si, só uma mulher como Alex 9 tem hipóteses de o fazer. Mas qual será o preço?


A Sereia, de Carolyn Turgeon
Sinopse:
A princesa Margrethe está escondida num convento porque o seu reino está em guerra e um dia, no jardim que dá para o mar gelado, testemunha um milagre: uma sereia emerge das ondas com um homem nos braços, moribundo. Quando chega à praia, a princesa descobre que a sereia desapareceu no mar e enquanto trata do belo estranho, descobre que é um príncipe e também o filho do grande rival do pai. Certa de que a sereia lhe entregou aquele homem por uma razão, Margrethe engendra um plano para acabar com a guerra no seu reino.
Entretanto, a princesa Lenia anseia voltar para o homem que transportou para terra e não se importa de trocar o seu mundo, a sua voz e até a sua saúde por umas pernas e a possibilidade de lhe conquistar o coração... Uma versão surpreendente da história clássica, A Sereia é a história de duas mulheres que têm tudo a perder, fazendo-nos pensar duas vezes na história de fadas que ouvimos em crianças, uma história que nos mantém em suspenso até à última página.
Opinião no blog aqui.


Raptada, de Lauren DeStefano
Sinopse:
Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.


O Diabo Também Chora, de Sherrilyn Kenyon
Sinopse:
Sin, um antigo deus Sumério, era um dos mais poderosos do seu panteão… até à noite em que Ártemis lhe roubou a divindade e o deixou a um passo da morte. Durante milénios, o ex-deus convertido em Predador da Noite procurou recuperar os seus poderes e vingar-se de Ártemis. Mas agora tem peixes mais graúdos — ou demónios mais graúdos — com que se preocupar. Os letais gallu, que tinham sido enterrados pelo seu panteão, começam a despertar e estão famintos de carne humana. O seu objetivo: destruir a humanidade. Sin é o único que os pode deter… se uma certa mulher não o matar primeiro. E para quem apenas conheceu a traição, agora Sin terá de confiar numa pessoa que não hesitará em o entregar aos demónios. Ártemis pode ter roubado a sua divindade, mas outra mulher roubou-lhe o coração. A única pergunta é: irá ela mantê-lo… ou dá-lo a comer aos que o querem morto?



Curiosidade por algum em especial?

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Opinião: A Águia e os Lobos (Série da Águia #4)


Autor: Simon Scarrow
Título Original: The Eagle ant The Wolves (2003)
Tradução: José Saraiva
ISBN: 9789896373825
Editora: Edições Saída de Emergência (2006)

Sinopse:

Estamos no ano 44 d.C. e a Segunda Legião de Roma continua a sua campanha para conquistar a Britânia. É então que Macro e o jovem Cato são enviados para auxiliarem Verica, líder dos Atrebates, a formar um exército. Terão que treinar os nativos para que protejam o seu chefe, reforcem o seu poder e ponham cobro às sucessivas investidas dos inimigos. Mas apesar dos Atrebates serem aliados, muitos são os que odeiam as legiões e querem resistir aos invasores romanos.

Cedo Macro e Cato se apercebem que primeiro terão que conquistar a lealdade dos nativos e só depois atacar o inimigo. Mas conseguirão sobreviver a uma conspiração que pretende matá-los a eles e a todos os que servem as águias? No meio desta situação explosiva, Macro e Cato enfrentam o maior desafio das suas carreiras. E a sua história será de aventura militar, intriga política e heroísmo, pois só eles estão entre o destino de Roma... e a queda do império

Opinião:

Mais uma vez, Macro e Cato voltam a protagonizar uma aventura cheia de perigos, onde a coragem, a astúcia e também a sorte os ajudam derrotas que podem por em causa a grandeza do império romano.

A trama continua focada na organização do exército e nas táticas utilizadas para a invasão da Britânia.  Em A Águia e os Lobos, o leitor tem acesso aos pensamentos de um povo nativo que trava uma importante aliança com os romanos. Desta forma, existe uma maior exploração social da época, apesar de continuarem a existir elementos que partem da imaginação do autor para levar a criar simpatia e dar maior força ao projeto do povo invasor.

O leitor fica com uma maior noção dos riscos subsequente ao afastamento das legiões na conquista. Também exista um maior desenvolvimento no que toca ao treino necessário para a criação de um soldado. Foi interessante observar a dureza com que todos os homens são tratados, independentemente da classe social e da família de que proveem.

Se as tramas dos volumes anteriores já possuíam uma boa dose de batalhas sangrentas, A Águia e os Lobos apresenta mais combates, sempre descritos de uma forma precisa, o que leva o leitor a imaginar com facilidade as movimentações dos homens, as mortes, o cheiro a sangue, a dor e a destruição dos cenários.

A componente de intriga regressa, mas, se nos dois primeiros livros da série esta estava focada na conspiração de romanos contra o império, agora esta está envolta nas relações entre invasores e aliados da Britânia. É curioso ver que os conteúdos dos diálogos tentam transparecer amizade quando, na verdade, as decisões são tomadas mediante interesses próprios.

Uma leitura que não vai dececionar os fãs da série.

Outros livros de Simon Scarrow:

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Opinião: Em Chamas (Trilogia Jogos da Fome #2)

Título original: Catching Fire (2009)
Autor: Suzanne Collins
Tradução: Jaime Araújo
ISBN: 9789722344425
Editora: Editorial Presença (2010)

Em Chamas, é o título do segundo livro da trilogia Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, onde apresentou um mundo pós-apocalíptico governado por um regime totalitário que submete o povo dos diferentes distritos a duras provações que culminam com os jogos da fome, uma batalha sangrenta onde apenas um tributo sai com vida.

Sinopse:
ATENÇÃO! Pode conter spoliers para quem não leu o primeiro livro!

Depois de sobreviver aos jogos da fome, juntamente com Peeta, o tributo masculino do seu distrito, Katniss procura regressar à vida que tinha no passado, mas nada é como era. Ao tornar-se vencedora da dura competição, a jovem consegue assegurar uma boa qualidade de vida para a irmã mais nova e para a mãe, o que não a impede de continuar a fugir para o bosque para caçar, uma actividade que é parte do seu ser. Mas a verdade é que os pesadelos das provações passadas não permitem o sossego, e como se tal não bastasse, Katniss teme pelo futuro, pois aquela que parecia ser a única hipótese de se salvar juntamente com Peeta, revelou ser um ataque directo ao governo do Capitólio que nunca a irá perdoar.

Katniss e Peeta transformam-se em símbolos da oposição ao regime imposto e são vistos como ícones de uma revolução iminente. Por mais que os dois jovens tentem, a verdade é que não conseguem viver em paz e em total liberdade, uma vez que os jogos da fome alteraram as suas vidas mais do que esperavam ser possível. Para além da tomada de consciência das funções de um vencedor da arena, Katniss e Peeta têm que manter a farsa que os permitiu sobreviver no passado.


Opinião:
 

“Tu e o Peeta serão mentores, todos os anos a partir de agora. E todos os anos insistirão no vosso romance e transmitirão os pormenores da vossa vida privada, e tu nunca, nunca poderás fazer nada senão viver feliz para sempre com aquele rapaz.”

Neste volume, Suzanne Collins continua a explorar algumas das temáticas anteriores, tais como o instinto de sobrevivência, a angústia e os limites do ser humano, sendo possível fazer uma reflexão maior sobre outros, muito ligados à nossa realidade e quotidiano. Nota-se um maior foco nas funções dos meios de comunicação social, principalmente na questão da manipulação de massas, método muito utilizado para opressão e controlo social e para incutir ideais e valores. A exploração do reality show levado ao extremo e o prazer mórbido de observar o sofrimento humano são outros elementos que continuam a ter uma presença muito forte.

Contudo, para além de todas as características malignas deste mundo opressivo, os símbolos da revolução estão bem conseguidos. O mimo-gaio, a ave que surge na capa, é uma mistura entre um animal que passou pela evolução natural e um outro que foi modificado geneticamente pelo homem, o que sugere não só uma falha tecnológica mas também uma fuga ao sistema imposto.

Suzanne Collins não criou apenas uma história de entretenimento, mas também um enredo que apela à consciência humanitária. O leitor sente empatia com a personagem principal, deseja que ultrapasse os seus obstáculos e que regresse para junto daqueles que ama, em paz e liberdade, mas quando Katniss expõe os contrastes entre os distritos, e quando revela as suas preocupação, faz pensar em como o fosso social existente na história tanto se assemelha ao existente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo estes últimos explorados pelos primeiros, que dão valor à superficialidade em detrimento ao que é essencial, e que vivem iludidos pelo mundo do espectáculo, sem querer ver o sofrimento do outro lado.

O desenrolar dos acontecimentos é rápido e fornece uma grande quantidade de informação, o que torna a leitura frenética. As passagens que podem fazer parar o ritmo, são as que se referem ao vestuário da protagonista, onde são apresentadas descrições excessivas, se tivermos em conta que se trata de uma personagem que não é cativada por questões mundanas.

Em Chamas consegue agarrar nos melhores aspectos do primeiro volume e dar-lhes um desenvolvimento inesperado. Com uma protagonista forte, humana e com uma grande espírito crítico, este é um livro surpreendente que deixa os leitores a desejar pelo último volume da trilogia. 


Outro livros de Suzanne Collins:
Os Jogos da Fome (Trilogia Os Jogos da Fome #1)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Opinião: Desejo (Série Anjos Caídos #2)


Autor: J. R. Ward
Título Original: Crave (2010)
Tradução: Filipa Aguiar
ISBN: 9789898228673
Editora: Quinta Essência (2011)

Sinopse:

Em “Desejo” Jim Herom já está bem ciente do seu papel no futuro do mundo. Como tal, procura a próxima alma que tem de salvar do perverso demónio Devina. Quando Heron reencontra Isaac Tothe, percebe que é ele o alvo seguinte da sua nova missão.

Isaac Rothe é um assassino desertor das Forças Especiais e, por isso, manter-se na clandestinidade parecer ser a única forma de sobreviver. Ao fugir do seu antigo chefe, Mathias, Isaac envolve-se em combates ilegais e acaba por ser preso. O seu futuro fica nas mãos da bela defensora oficiosa, Grier Childe, uma advogada que representa tudo aquilo que o soldado não é. Apesar das diferenças que os dois possuem, existe uma atração instantânea que os pode condenar ou salvar.

Isaac deve decidir se o soldado que existe nele é capaz de acreditar que o amor é a melhor arma para vencer esta batalha e livrar-se do seu passado sombrio.

Opinião:

Depois de “Cobiça” ter introduzido a nova série de J. R. Ward, chega “Desejo”. Neste livro, Isaac e Grier são o par romântico. Ele é um homem rude forjado no exército, ela é uma mulher bem-sucedida, culta e elegante. Opostos que se atraem numa relação que não guarda surpresas.

Apesar de Devina, a representação do mal, não estar em contacto direto com os protagonistas, como no livro anterior, existe um seu novo lado que é apresentado. O leitor conhece o seu mundo e fica a par de um novo lado da sua preservação. Todavia, o facto de um demónio estar a receber acompanhamento de uma terapeuta não é algo credível e pode desagradar o leitor.

As fraquezas de Jim Heron também estão melhor exploradas. Foi interessante ver os seus limites e fica a certeza de que há um assunto inacabado que ainda vai dar muito que falar. Quem sabe se não pode ser o pretexto para um futuro enredo?

A trama apresenta várias reviravoltas que têm o objetivo de surpreender o leitor, mas existem inúmeras pistas ao longo da leitura que dão a entender o desfecho final.

Se no primeiro volume da série o pecado capital estava bem representado, o mesmo não acontece neste livro. No final da leitura o leitor percebe que o desejo está presente na obra, mas ao mesmo nível que está em outros livros da autora. O pecado acabou por não ser bem explorado e não está bem associado à segunda alma a salvar.

Leitura que não exige muito do leitor, e que propicia um momento agradável apesar de não ser marcante. Vai ser apreciado por quem gosta do estilo da autora. Fica o desejo de que os próximo volumes sejam mais envolventes e que explorem melhor sobre os pecados que servem de pretexto à série.

sábado, 25 de agosto de 2012

Entrevista a Joana Neto Lima

Blogger desde 2005 e uma das organizadoras da primeira participação portuguesa no Euro Steam Con,   Joana Neto Lima é a prova de que com força de vontade e coragem é possível abraçar projectos que muitos julgam impossível de realizar. Leitora ávida e fã de steampunk, Joana aceitou conversar com o blog "Uma Biblioteca em Construção" sobre o seu relacionamento com a literatura, sobre a sua paixão pela tecnologia a vapor e sobre o inédito evento que a cidade do Porto vai receber nos dias 29 e 30 de Setembro.

 

Uma Biblioteca em Construção (U.B.C.) - Olá Joana e obrigada pela tua disponibilidade. Como surgiu a tua experiência enquanto blogger? 

Joana Neto Lima (J. N. L.) - Antes de mais obrigada pelo convite, e pela simpatia ;) 

Ora bem, segundo as más línguas a minha experiência como Blogger começou no longínquo ano de 2005, com um blog de fotografia, Fotograficamente Sentindo. Depois em 2009, após uns anos de ausência nasceu o Cantos Quebrados, um espaço de partilha pessoal das minhas experiências.


U. B. C. - Neste momento tens dois espaços, certo? O que os distingue?
J. N. L. - Sim, tenho dois espaços: o Cantos Quebrados e a Clockwork Portugal.
O Cantos Quebrados, neste momento está um bocadinho em suspenso, mas é um espaço mais pessoal, de partilha das minhas leituras, dos filmes que vejo, das minhas experiências (a compra do meu kindle, opiniões quanto a alguns assuntos que acho que preciso de partilhar umas quantas palavras, como os downloads ilegais, as compras online, etc).

A Clockwork Portugal, é primeiro e mais que tudo, a principal culpada por o Cantos Quebrados estar mais parado. ;) É a comunidade portuguesa de Steampunk que está a organizar a Euro Steam Con no Porto e gostei bastante de ter a oportunidade de juntamente com a Sofia Romualdo pegar neste projecto e criar algo tão original como a Clockwork Portugal.

U. B. C. - Como selecionas a informação que queres publicar?
J. N. L. - No Cantos Quebrados, como é um espaço mais pessoal, publico e falo das coisas que mais prazer me dão ou das coisas que mais me interessam.

Na Clockwork Portugal, a selecção de conteúdos é gerida com os restantes elementos da equipa (no início éramos apenas duas, eu e a Sofia Romualdo, recentemente juntou-se à equipa o André Nóbrega). Cada um fala daquilo que acha interessante, com um único critério - É steampunk? Se é, nem se pensa muito mais. :) - Por vezes gerimos a publicação dos artigos entre os três, para não repetir conteúdos nem publicar no mesmo dia, por exemplo. Já tinha colaborado para outros blogs colectivos e acho que uma colaboração activa entre todos os elementos é sem dúvida enriquecedor.

U. B. C. - Quais são os maiores prazeres que os teus espaços te dão?
J. N. L. - Ahh... Pergunta complicada :)
Um dos maiores prazeres de ser Blogger é sem dúvida o contacto com outros Bloggers, poder trocar ideias e conhecer pessoas com interesses idênticos aos nossos.
Ao longo destes anos de Blogger, tenho tido a oportunidade de travar conhecimento com pessoas interessantíssimas e que me ajudaram a aumentar os meus conhecimentos, a descobrir paixões (o meu amor pelo Steampunk cresceu exponencialmente depois de uma iniciativa entre Bloggers).

Uma das coisas que adoro, são iniciativas como esta por exemplo em que os Bloggers em vez de ficarem nos seus cantinhos, se juntam e interagem. Nos últimos tempos tenho assistido a iniciativas que promovem a colaboração entre-bloggers (debates, entrevistas, colaborações, Posts de Bloggers convidados, etc) que simplesmente adoro.

U. B. C. - Existem problemas significantes que já te tenham levado a pensar em desistir destas lides?
J. N. L. - Pois. Como em tudo, existe o lado bom e o lado menos bom.
Na minha experiência de Blogger, já me deparei com algumas experiências menos boas, mas que me ajudaram a crescer e a perceber algumas coisas que são feitas de forma menos correcta. Nunca pensei em desistir da Blogosfera, pois como já referi na questão anterior, encontrei demasiadas coisas positivas para, devido a este ou aquele problema, desistir.

Acredito que as minhas experiências me ajudaram a perceber a melhor forma de gerir e colaborar para trazer à vida o meu projecto mais recente, a Clockwork Portugal. O modelo colaborativo que nós temos na Comunidade, deriva directamente de uma experiência menos positiva na blogosfera. Como blog colectivo tem uma identidade própria, diferente das partes que o compõem, todas as ideias dos seus elementos são válidas, ponderadas e respeitadas e claro todos têm direito à validação do seu trabalho e esforço. Ahh, acima de tudo todos têm que se divertir. :)

U. B. C. - Achas que a internet veio alterar a relação das pessoas com os livros?
J. N. L. - Acho que sim. Acho que a internet e as redes sociais, como o Twitter, Facebook e o Goodreads, veio facilitar o acesso dos leitores à informação.
Falo por experiência própria quando afirmo que a internet e as redes sociais ajudam a aumentar os níveis de leitura e de desgraça económica. :)

Depois de uns anos afastada das lides cibernáuticas, e afastada mesmo das leituras (por causa da faculdade e também porque o dinheiro não é muito para quem é estudante), conheci primeiro o blog Estante de Livros, que me mostrou que existiam espaços totalmente dedicados às leituras e aos livros que se liam e publicavam por Portugal. A partir daí, sempre que precisava comprar um livro ou me dava vontade de ler mais qualquer coisa, consultava sempre esses espaços à procura de sugestões ou opiniões. Acredito que como eu, muitas pessoas já se aperceberam do potencial destes espaços (leitores e editores também), o que alterou algumas formas de publicitar livros e escolher a próxima leitura.

U. B. C. - Estás a ajudar a trazer o Euro Steam Con a Portugal. Como te envolveste nesse projeto?
J. N. L. - No final do ano passado eu, a White_lady do Este Meu Cantinho e a Telma Teixeira do Ler e Reflectir fizemos uma leitura temática dedicada ao Steampunk, foi um Outono Steampunk que rapidamente se estendeu ao Inverno, terminando com uma távola redonda no blog Ler e Reflectir - Só Ler Não Basta.
Em Fevereiro no Twitter uma pessoa partilhou o link da página da Euro Steam Con e perguntou o que eu achava. Como eu adoro meter as mãos ao trabalho, juntar pessoas e claro promover a cidade do Porto, nem pensei duas vezes.

U. B. C. -Quais são as tuas expectativas para o evento?
J. N. L. - No início quando enviei o email de intenções, pensei em fazer apenas um encontro nos dias da Convenção (29 e 30 de Setembro), algo muito simples com chá e escritores.

Mas rapidamente, a Euro Steam Con - Porto ganhou vapor e nunca mais a conseguimos parar. Como não existia uma plataforma activa para o Steampunk em Portugal, e como tal lacuna iria dificultar a divulgação do evento, eu e a Sofia decidimos criar a Comunidade Portuguesa de Steampunk, Clockwork Portugal para servir de apoio e plataforma de lançamento da primeiríssima convenção steampunk em terras lusas.

Apesar de ser um movimento emergente, sentimos que desde que pegamos neste projecto a comunidade se organizou e dinamizou. Temos tido muitas surpresas agradáveis e contamos com a casa cheia em Setembro.
Esperámos que se torne uma tradição e possamos repetir a ESC todos os anos. :)

U. B. C. -Está também a ser elaborado um Almanaque Steampunk para ser lançado durante o evento. Está a ser fácil levar este projeto adiante?
J. N. L. - O Almanaque é daquelas surpresas agradáveis que a Euro Steam Con e a Clockwork Portugal proporcionaram.
Fácil não digo, mas tem sido divertidíssimo trabalhar no Almanaque. :)

Devido ao facto, de ser algo diferente (geralmente vemos, revistas e antologias disto ou daquilo) nós receamos um pouco quanto ao número de submissões e de interessados, receios que foram rapidamente rebatidos pela onda de mobilização de vimos surgir pouco tempo depois da Call for Arms : Almanaque Steampunk.
Por isso, apesar dos nossos receios iniciais, o Almanaque Steampunk segue a todo o vapor para ser uma publicação que se distingue das outras, pela variedade de conteúdos e pelo conceito que procura explorar e divulgar.

U. B. C. -O que mais te fascina no Steampunk?
J. N. L. - Adoro a quase ausência de fronteiras, pois o steampunk é um bocado a exploração de tecnologias que já o foram com o twist que queremos, mas com steam. Claro que é um conceito inserido dentro dos géneros especulativos que todos conhecem melhor (fantástico e ficção-científica), mas aquele toque retro-futurista de máquinas e sociedades que nunca existiram puxa-me mesmo para dentro da história, para o meio da acção. Simplesmente adoro. :)

Fascina-me o visual de tudo o que é steampunk e nos últimos anos apareceram artistas que fazem trabalhos surpreendentes.

U. B. C. -Quais são as tuas referências do género?
J. N. L. - Hmmm, poderia dizer os nomes de autores “clássicos” mas não seria verdade! :)
Como a maioria das pessoas que aprecia o conceito steampunk, também eu comecei por gostar do aspecto de certos filmes e, sim, animes com que me cruzava (entre eles Fullmetal Alchemist, Last Exile, etc). Comecei a pesquisar e como sou uma leitora ávida, em pouco tempo chegaram-me às mãos livros steampunk que me agarraram rapidamente. Posso dizer que as minha referências são Meljean Brook(livros da série The Iron Seas), Hiromu Arakawa(Fullmetal Alchemist), Hayao Myiazaki (Nausicäa, Howl’s Moving Castle), Cherie Priest (Boneshaker) e mais recentemente comecei a explorar as antologias organizadas pelos Vandermeer.

1U. B. C. -A leitura sempre esteve muito presente na tua vida?
J. N. L. - Sim, desde pequenina. Eu desde muito cedo que manifestei um apego imenso aos livros. No Cantos Quebrados, e seguindo uma ideia da White_lady do Blog Este Meu Cantinho, publiquei um artigo em que de uma forma muito franca exponho a minha relação com os livros ao longo do tempo → http://cantosquebrados.blogspot.pt/2011/11/eu-e-os-livros.html

U. B. C. -Quais são as obras literárias que mais te marcaram?
J. N. L. - Os primeiros livros que tenho memória de ler, foram os livros da Enid Blyton dos Cinco e um livro de contos e fábulas que a minha avó tinha guardado da infância do meu pai. Foram marcantes, no sentido de terem sido esses os meus guias e mentores de uma paixão que molda um bocadinho toda a minha vida. :)

Tenho alguns livros que me marcaram muito e que me levaram a conhecer os meus géneros de eleição: Dune de Frank Herbert, O Sillmarillion de Tolkien, Trilogia de Sevenwaters de Juliet Marillier, O Principezinho de Saint-Exupéry, Alice no País das Maravilhas de Carroll e claro Harry Potter de JK Rowling :)

U. B. C. -Que livros gostavas de ver publicados em Portugal?
J. N. L. - A lista que práqui tenho :)
Vou-me cingir a alguns trabalhos steampunk que, devido às minhas explorações nesse campo tenho descoberto verdadeiras pérolas que ficaram por publicar ou se foram publicadas por cá, já foi há muito e não as encontramos disponíveis.

Adorava ver o trabalho da Meljean Brook publicado por terras lusas, ela é a autora da série The Iron Seas, o primeiro livro é o The Iron Duke (inclusive fizemos um episódio dos Diários Steampunk sobre ele). Gostava de ver também o The Difference Engine, de William Gibson e Bruce Sterling (http://www.goodreads.com/book/show/337116.The_Difference_Engine)(que também fizemos um episódio só dedicado a ele); a Steampunk Trilogy de Paul di Filippo (http://www.goodreads.com/book/show/326917.The_Steampunk_Trilogy) e a série steampunk de Cherie Priest, The Clockwork Century (http://www.goodreads.com/series/43930-the-clockwork-century).

Um conceito que já vemos mais em Portugal, e que adoro (pois possibilita-me conhecer novos autores e experimentar as fronteiras das nossas leituras), que é a Antologia. Gostava de ver algumas antologias que existem lá fora, serem traduzidas e publicadas por cá. Nomeadamente as antologias Steampunk organizadas por Ann Vandermeer (http://www.goodreads.com/book/show/2246092.Steampunk?a=5&origin=related_works).

U. B. C. -Com tantos projetos ambiciosos, que desejas vir a alcançar?
J. N. L. - A felicidade e a resposta à pergunta: O que é o Universo, a Vida e tudo. :)

Sinceramente, quando os comecei não pensei em objectivos definidos. A Clockwork Portugal foi criada para dar apoio e preparar caminho para a Euro Steam Con, dando origem a uma plataforma de apoio e organização para futuros eventos e convergência da Comunidade Steampunk.
De resto, os meus objectivos são muito simples: divertir-me, aprender com as pessoas que conheço e claro crescer como blogger e leitora.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Opinião: À Boleia Pela Galáxia


Autor: Douglas Adams
Título Original: The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (1979)
Tradução: António Vilaça
ISBN: 9789728839130
Editora: Edições Saída de Emergência (2005)

Sinopse:

Segundos antes da Terra ser destruída para dar lugar a uma autoestrada intergaláctica, o jovem Arthur Dent é salvo pelo seu amigo Ford Prefect, um alienígena disfarçado de ator desempregado. Juntos, viajam pelo espaço na companhia do presidente da galáxia (ex-hippie, com 2 cabeças e 3 braços), Marvin (robot paranoico com depressão aguda), e Veet Voojagig (antigo estudante obcecado com todas as canetas que comprou ao longo dos anos). Onde estão essas canetas? Porque nascemos? Porque morremos? Porque passamos tanto tempo entre as duas coisas a usar relógios digitais? Qual é o sentido da vida? As respostas a estas questões podem ser obtidas, apenas é necessário esticar o polegar e apanhar uma boleia pela galáxia.

Opinião:

Nascido da mente de Douglas Adams, um escritor e comediante britânico que escreveu algumas das paródias dos Monty Phyton, “Á Boleia Pela Galáxia” é um livro de ficção científica muito divertido.

Arthur Dent, o protagonista, podia ser qualquer um de nós. É um homem com uma vida normal, pacata, na qual enfrenta os problemas normais do dia-a-dia, o que faz com que seja fácil ter empatia por ele. De um momento para o outro, Arthur depara-se com a destruição iminente do seu próprio planeta. Felizmente é salvo por Ford, que, por mero acaso, é um extraterrestre que tem viajado à boleia pela galáxia. Assim, os dois agarram nas suas toalhas (peça fundamental para quem anda nestas aventuras), fogem da Terra e iniciam uma aventura cheia de perigos, recheada de momentos hilariantes.

Nesta viagem, o leitor fica a conhecer alguns dos maiores mistérios do Universo. Afinal, existem povos com sistemas burocráticos muito piores do que o nosso, fica-se a conhecer uma espécie de peixe que quando colocado no ouvido traduz qualquer idioma, relflecte-se sobre o significa da vida (algo muito profundo, como seria de esperar), surgem até alguns problemas do foro sentimental (e porque não?), e muito mais.

Entretanto, as relações entre as personagens são intensificadas, apesar de todas elas possuírem caraterísticas tão díspares. O leitor não vai conseguir ficar indiferente ao intérprido Ford Prefect, ao depressivo Marvin, à corajosa Trillian ou ao excêntrico Zaphod.

O título do livro faz referência a um guia fictício que dá dicas essenciais sobre as viagens no espaço. Este é um elemento fundamental na obra, já que o leitor, por diversas vezes, se depara com conselhos hilariantes e com reflexões consideradas non sense, mas que brincam com as circunstâncias reais da vida.

Repleto de notas humorísticas, de devaneios curiosos, de ironias e de analogias ao quotidiano contemporâneo, este é um livro que cativa quem tem sentido de humor.

“À Boleia Pela Galáxia” é o primeiro livro de uma série que se tornou de culto. Os fãs de Douglas Adams conseguiram mesmo criar um dia dedicado ao autor, The Towel Day (Dia da Tolha, em tradução literal). Como tal, se no dia 25 de maio virem várias pessoas na rua com uma toalha na mão, não estranhem (eu não vos disse anteriormente que esta era fundamental para quem anda á boleia pela galáxia? Lá está!).

Um livro que combina o humor dos Monty Phyton com as possibilidades da ficção científica. Um dos enredos mais divertidos que já tive oportunidade de ler. Recomendo!

Nota: A editora Saída de Emergência publicou ainda o segundo livro desta série, “O Restaurante no Fim do Universo”. Contudo, os dois últimos volumes, “Life, the Universe and Everything” e “So Long, and Thanks For All the Fish”, não têm, ainda, uma publicação nacional.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Opinião: A Vidente de Sevenwaters


Autor: Juliet Marillier
Título Original: Seer of Sevenwaters (2010)
Tradução: Catarina F. Almeida
ISBN: 9789896571993
Editora: Planeta (2011)

Sinopse:

Sibeal entregou-se desde cedo à vida espiritual. Desde nova que sabia que a sua vocação era ser druidesa. Contudo, antes de cumprir os seus votos, Ciarán, o seu mestre, convence-a a passar o verão em Inis Eala, ilha onde estão a morar as suas irmãs com os seus maridos.

Apesar de contrariada, Sibeal acede ao pedido do mestre. Contudo, pouco tempo depois de chegar dá-se um terrível naufrágio perto da ilha. Apenas duas pessoas são resgatadas do mar, um homem e uma mulher. Graças ao seu dom da Visão, a jovem cedo percebe que existe um terceiro sobrevivente, e arrisca a própria vida para o recuperar.

Desde este incidente, que os habitantes de Inis Eala sentem que algo de grave está para acontecer. A verdade vai ficar oculta por muito tempo mas, à medida que é descoberta, faz com que protagonista faça uma viagem interior e perceba quem realmente é e quais as suas intenções.

Opinião:

Juliet regressa a “Sevenwaters”, a série que a tornou numa das escritoras de fantasia mais apreciadas. Contudo, este não é, de forma alguma, o melhor livro da saga.

Em “A Vidente de Sevenwaters”, o leitor acompanha Sibeal, uma jovem de 16 anos que tem a certeza de que vai dedicar a sua vida à espiritualidade. Personagem pouco interessante, que não cria empatia e demasiado previsível. O facto de a história ser narrada na primeira pessoa não entusiasma a leitura. Juliet também deu voz a Felix, o homem resgatado pela candidata a druidesa. Este, tal como a protagonista, também carece de profundidade e não cativa com facilidade. 

Como se não bastasse o facto de as personagens serem desinteressantes, a narrativa demora a desenvolver. Nos primeiros dois terços do livro, parece que nada de relevante acontece. Na última parte surge tudo ao mesmo tempo, mas existe a sensação de que os obstáculos são ultrapassados de uma forma demasiado fácil. A história é fechada com um final rápido, pouco surpreendente e que deixa muito a desejar.

É curioso perceber que apesar de este se tratar de um livro da série “Sevenwaters”, não existe qualquer ação no local que surge no título do livro. Toda a narrativa é passada praticamente em Inis Eala, apesar de as personagens serem descendentes da família que conquistou os leitores nos três primeiros livros e, em certos momentos, referirem o local.

Contudo, é inegável de que a escrita de Juliet continua muito particular, simples mas dotada de beleza. A autora continua a tentar levar as suas personagens a crescerem através dos obstáculos, a atravessar as trevas para encontrar a luz, tal como nos habituo nas suas histórias anteriores.

Terminada a leitura, fica uma sensação de tristeza, afinal Juliet já escreveu livros encantadores, capazes de fazer sonhar, suspirar e ficar com o coração nas mãos. É inevitável pensar no que poderá ter acontecido para que este não apresente a qualidade desejada. Quem a segue o seu trabalho na internet sabe que quando escreveu este livro estava a lutar contra um cancro, que venceu. Sabe-se ainda que não era de todo vontade da autora voltar a Sevenwaters, mas tal teve de acontecer devido à pressão dos editores norte-americanos. 

Fica o desejo de que Juliet volte a escrever sobre o que realmente deseja, de modo a que os leitores voltem a ter acesso às suas histórias belas, nascidas de uma verdadeira inspiração. Este livro não me convenceu, mas fico à espera do próximo trabalho da autora.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Comprar o livro pela capa 4 - Harry Potter e a Pedra Filosofal

O primeiro livro da série "Harry Potter" teve, até ao momento, três capas em Portugal:


Cliquem para verem as imagens maiores

Quando foi publicado pela primeira vez, em 1999, a Editorial Presença optou por uma imagem misteriosa mas com fortes referências à trama. Mais tarde, com o sucesso, a editora decidiu acolher a versão inglesa, assim como o logotipo internacional. Recentemente, "A Pedra Filosofal" ganhou uma nova capa que se foca num dos elementos mais importantes desta narrativa.

Confesso que não gosto muito da segunda, tenho um carinho muito especial pela primeira e adoro a última.

E para vocês? Qual é a capa que vos levaria a querer comprar o livro?

Opinião a este livro aqui.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

E os escritores mais ricos são...

A revista Forbes divulgou a lista dos autores mais ricos da atualiade. E eles são:

1. James Patterson 

2. Stephen King


3. Janet Evanovich



 4. John Grisham



5. Jeff Kinney

 

6. Bill O'Reilly


7. Nora Roberts


8. Danielle Steel



9. Suzanne Collins 


10. Dean Koontz


11. J. K. Rowling


12. George R. R. Martin



13. Stephenie Meyer

14. Ken Follett
 


15. Rick Riordan


Existem autores desta lista que eu aprecio bastante. E vocês? Acompanham o trabalho de algum?