sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Opinião: Curiosidades do Vaticano

Autor: Luís Miguel Rocha
ISBN: 9789720048110
Editora: Porto Editora (2016)

Sinopse:

Autor bestseller do referencial The New York Times, Luís Miguel Rocha apaixonou milhares de leitores em todo o mundo, com histórias de intriga e mistério passadas no seio da Igreja Católica. Mas partiu demasiado cedo. Cumprindo a vontade do autor, a família e a Porto Editora anunciam a publicação, a 18 de fevereiro, de um livro inédito de não ficção da autoria de Luís Miguel Rocha, intitulado Curiosidades do Vaticano.Nesta obra, os leitores podem encontrar textos, parte deles publicadapelo autor na respetiva página no Facebook, sobre as mulheres que influenciaram os papas, o interior do Palácio Apostólico, o Papa implacável que transformou Roma, as forças de segurança do Vaticano, os Papas assassinados, a história do conclave e muitos outros temas.

Opinião:

Desde que me lembro que sinto uma grande curiosidade relativa à religião. A qualquer uma na verdade. Mas tendo em conta que sou cristã, tenho uma maior ligação com a Igreja Católica. Não vou falar sobre a minha fé, pois tal não é fácil colocar em palavras, mas sim nas muitas questões que sempre coloquei sobre a Igreja. Como tal, foi com grande entusiasmo que comecei a ler o livro póstumo de Luís Miguel Rocha, Curiosidades do Vaticano.

A obra consiste na compilação de textos que Luís Miguel Rocha foi publicando nas redes sociais, em forma de resposta às muitas questões que lhe chegavam, Afinal, o autor que fez vastas pesquisas sobre este tema tinha muitas informações para partilhar, mas também muitas curiosidades que saiba que iriam interessar aos seus fãs e leitores. O livro surgiu pois tanto a editora como os familiares de Luís Miguel Rocha sabiam que este era seu desejo publicar uma obra deste género. Infelizmente não viu tal a concretizar-se.

Cada capítulo é curto, possui informação direta, prende a atenção e possui um tom descontraído, muitas vezes bem-disposto e bem humorado. Como tal, quando dei por mim já estava praticamente a meio do livro. E a gostar bastante! É verdade que, em certos momentos, senti que queria saber ainda mais do que aquilo que o autor estava a dar, mas percebo que o objetivo era mesmo dar a conhecer algo, fazer-nos interessar por isso e criar em nós a vontade de saber mais. E afinal, se Luís Miguel Rocha tivesse exposto realmente tudo o que poderia sobre os assuntos que abordou, então estes textos teriam dado para vários volumes!

Gostei do facto de ter variados os temas entre aqueles que estão mais ligados à construção da cidade, à sua história, à arquitetura, à arte e às pessoas mais marcantes. Nunca visitei o Vaticano (e espero fazê-lo), por isso, durante a leitura, senti muitas vezes a vontade de ir pesquisar imagens para perceber melhor o que o autor estava a explicar. E no final fiquei com diversas notas de locais, monumentos e edifícios que não posso perder caso algum dia vá passear por este Estado.

Ao longo da leitura também foi possível perceber quais são as figuras pelas quais o autor nutria maior carinho ou respeito. Adorei a forma como falou de João Paulo I e, terminada a leitura, fiz várias pesquisas sobre este Papa. Confesso que mal conhecia Sisto V e agora não posso deixar de verificar o papel de grande importância que teve para a Igreja. E claro, sendo mulher, desejo sempre saber mais sobre as principais figuras femininas deste mundo de homens e de como elas conquistaram poder, e Luís Miguel Rocha conseguiu fazê-lo .

Gostei muito desta leitura, que me fez recordar várias informações e aprender muitas mais. Porém, gostaria que o trabalho de edição tivesse colmatado algumas questões temporais. Afinal, o autor publicou estes textos em redes sociais, o que fazia com que se referisse a momentos que estavam a acontecer. No livro, poderia haver uma nota com a data em que tal foi escrito. Além disso, por vezes só sabemos da época de algo que está a ser relatado se pesquisarmos o Papa que o autor mencionada, já que não existe nenhuma outra referência.

Curiosidades do Vaticano é um livro  que vai fazer as delícias de quem se interessa pelo tema. Tal como o autor avisa, não devemos confundir o Estado com a Igreja, mas não deixa de ser interessante verificar de que forma ambos estão ligados e de como também se distinguem. Um volume que, de certeza, vou guardar e reler daqui a uns tempos.

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