Autor: Galaxy Craze
ISBN: 9780316185486
Editora: Poppy (2012)
Sinopse:
A series of natural disasters has decimated the earth. Cut off from the rest of the world, England is a dark place. The sun rarely shines, food is scarce, and groups of criminals roam the woods, searching for prey. The people are growing restless. When a ruthless revolutionary sets out to overthrow the crown, he makes the royal family his first target. Blood is shed in Buckingham Palace, and only sixteen-year old Princess Eliza manages to escape. Determined to kill the man who destroyed her family, Eliza joins the enemy forces in disguise. She has nothing left to live for but revenge, until she meets someone who helps her remember how to hope-and love-once more. Now she must risk everything to ensure that she does not become... The Last Princess.
Opinião:
Já partilhei com vocês que não me sinto particularmente confortável a ler livros em inglês, mas recentemente decidi voltar a apostar nessa língua. O título escolhido foi The Last Princess, de Galaxy Craze. Trata-se de uma distopia dirigida a jovens-adultos, género que gosto e público que sugere uma linguagem mais acessível.
Este livro remete para um Reino Unido do futuro que é apresentado num cenário devastador. Afinal, a poluição e exploração excessiva dos recursos naturais acabaram por quebrar o equilíbrio do planeta, o que originou uma série de desastres naturais muito prejudiciais à vida humana. Logo aqui fica a uma chamada de atenção para um assunto actual. Este cenário não é novo, mas a forma como é apresentado começa por ser, devido ao foco.
Ao início, a autora tenta explorar a monarquia inglesa e a forma esta facção defrontaria tal flagelo. Logo se percebe que, apesar de ser incluído algum teor dramático, a verdade é que as personagens que estão envolvidas neste meio são demasiado protegidas e não têm qualquer ideia do que é verdadeiro sofrimento. Eliza, a protagonista, tenta transmitir a ideia de que sabe o que os outros sofrem, mas acaba por não ter sucesso nesta missão. Para além disso, é uma protagonista que não marca por se enquadrar demasiado dentro do estereótipo de jovem valorosa, altruísta, amigável, corajosa e exemplar. Não consegui sentir qualquer empatia com esta heroína tão banal e desinteressante.
Infelizmente também não consegui sentir qualquer tipo de ligação com as personagens secundárias desta narrativa. Estas dividiam-se nas categorias "boas" e "más" e isso é demasiado limitador e aborrecido. A autora tentou ainda deixar no ar a dúvida quanto a uma certa figura, mas acabou por não ser bem sucedida. O papel de cada um nesta história é perfeitamente perceptível e em momento algum surge um factor surpresa.
Mesmo o teor romântico torna-se medíocre. Parece surgir quase como obrigação, como se todas as histórias deste género tivessem essencialmente de conter uma história de amor. Neste caso, não se sente química, não se percebe quando o romance começou nem o que o motiva. O que acontece entre as duas figuras teria sido melhor aproveitado como o surgimento de uma amizade entre duas pessoas provenientes de realidades opostas.
A acção é demasiado rápida, o que dá a ideia de que tudo ocorre com relativa facilidade.Só quando paramos para pensar no que realmente foi ultrapassado é que se fica com a noção das grandes dificuldades deste mundo. Pois acreditem, são muitas! Ficou a faltar uma maior visão das condições de vida da generalidade da população. A autora foca-se no que aconteceu à monarquia, nas dinâmicas que acontecem nas forças opostas, mas acaba por apenas mencionar as outras realidades. Teria sido interessante que existisse um maior contacto com figuras desses meios, de forma a perceber como foi possível para elas sobreviver num ambiente tão venenoso.
Terminada a leitura, fica-se com a sensação que houve pouca coerência ao longo da história. Se por um lado existem momentos de grandes dificuldades e sofrimento, por outros há acontecimentos que parecem tirados de um conto de fadas e onde tudo corre demasiado bem. O final é demasiado conveniente e não cria qualquer tensão. A autora tenta ainda deixar em aberto uma continuação, mas a verdade é que não fiquei cativada em lê-la.
A linguagem utilizada correspondeu às minhas expectativas. Clara, simples e directa, proporcionou uma leitura rápida e fluída a esta leitora tão pouco habituada a estas aventuras (e deu-me coragem para apostar em outros livros).
The Last Princess não possui uma história que aconselhe, mas acabou por se tornar num bom exercício para a minha prática de leitura em inglês.
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