terça-feira, 29 de outubro de 2013

Opinião: Pede-me O Que Quiseres

Título original: Pídeme lo que Quieras (2012)
Autor: Megan Maxwell
Tradução: Cristina Dionísio
ISBN:  9789896574475
Editora: Planeta (2013)

Sinopse: 

Um romance atrevido e contemporâneo. Uma história de amor que oculta um perigoso segredo. Recheado de amor, luxúria e sexo.Após a morte do pai, o prestigiado empresário alemão Eric Zimmerman decide viajar até Espanha para supervisionar as filiais da empresa Müller. Nos escritórios centrais de Madrid conhece Judith, uma jovem inteligente e simpática, por quem se enamora de imediato. Judith sucumbe à atracção que o alemão exerce sobre ela e aceita tomar parte nos seus jogos sexuais, repletos de fantasias e erotismo.Com ele aprenderá que todos temos dentro um voyeur, e que as pessoas se dividem em submissos e dominantes… Mas o tempo passa, a relação intensifica-se e Eric começa a temer que o seu segredo seja descoberto, algo que poderia ditar o princípio do fim de uma relação.

Opinião:

Pede-me o Que Quiseres é um romance erótico que tem como base uma série de ideias já vistas em outros títulos do género. A relação retratada surge num meio profissional, onde o dono de uma multinacional sente-se atraído por uma funcionária e começa a atraí-la para os seus jogos. Mais uma vez, ele é um homem controlador que pouco ou nada desvenda da sua vida pessoal. Ela é uma jovem comum que fica rendida a este homem e, apesar de nem sempre estar inteiramente de acordo com algumas ações, faz de tudo para o agradar.

As personagens principais apresentam personalidades opostas. Judith Flores tenta representar a típica jovem latina, cheia de vida e de espírito impulsivo. Ela proporciona alguns momentos interessantes, nomeadamente quando se opõe ao seu par. Infelizmente, ela é também facilmente manipulada o que faz com que muitas vezes aja contra aquilo que apregoa, para além de que muitas das suas atitudes correspondem a exageros estereotipados. Já Eric Zimmerman corresponde à ideia geral de um típico homem de negócios alemão. Frio, calculista e sem sentido de humor, acaba ainda por se revelar demasiado mimado e os seus amuos perante o que o afasta dos seus objetivos chegam mesmo a aborrecer e a criar situações pouco apreciadas.

Assim sendo, percebe-se que a principal atração entre estas duas figuras consiste na diferença. Se por um lado esta é uma ideia interessante, a verdade é que poderia ter sido explorada de uma forma mais convincente. É sempre Judith quem tem de ceder, e isso nem sempre parece corresponder aos seus ideais, o que transmite a ideia pouco agradável de que a mulher é que tem de mudar para o bom funcionamento da relação, em vez de este ser um trabalho em conjunto. Muitas vezes, Eric chega mesmo a ser demasiado autoritário, abusando do seu poder enquanto chefe para manipular Judith e criando situações incómodas e condenáveis. Afinal, nem sempre Judith se mostra de acordo com o que acaba por fazer, o que mais uma vez coloca em causa a emancipação da mulher e afasta o conceito de romantismo.

Pede-me o Que Quiseres acaba, no entanto, por explorar um outro lado da sexualidade, muito diferente de séries como As Cinquenta Sombras, de E. L. James, ou Crossfire, de Sylvia Day. A autora preferiu entrar no campo do voyeurismo e swing. As situações criadas neste campo acabam por estar bem conseguidas, sendo apenas de lamentar que o casal Judith e Eric não seja o mais arrebatador pelos motivos que já foram apresentados.

A linguagem utilizada por Megan Maxwell é simples, proporcionando uma leitura facilitada. Contudo, alguns dos diálogos parecem demasiado forçados, nomeadamente os que estão ligados à persongagem de Judith. O final surge de forma demasiado abrupta e pouco coerente. Fica a sensação de que esta história podia terminar num só livro, mas que a autora preferiu mudar o rumo dos acontecimento perto da conclusão de forma a dar continuidade a esta trama num outro volume.

A fórmula usada por Megan Maxwell está longe de ser original, mas ainda assim a autora consegue proporcionar uma leitura agradável, que não exige grande esforço e que se faz rapidamente. Pede-me o Que Quiseres não é a melhor história dentro do género, tem inumeras falhas, mas vai agradar a quem está rendido a esta renovada moda literária.

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