sábado, 5 de outubro de 2013

Opinião: Dragões de Um Alvorecer de Primavera ((As Crónicas de Dragonlance #3)



Título original: Dragons of Spring Dawning (1985)
Autores: Margaret Weis e Tracy Hickman
Tradução: Jorge Candeias
ISBN: 9789896375539
Editora: Edições Saída de Emergência (2013)

Sinopse:

Krynn prepara-se para a batalha decisiva contra os servos de Takhisis, a rainha das Trevas. Os nossos companheiros têm em seu poder as misteriosas e mágicas orbes e lança de dragão, mas será isso o suficiente para resistirem às forças da escuridão?
Uma batalha ainda maior encontra-se por travar no coração de cada um dos heróis. Tanis está dividido entre a perigosa Kitiara e o amor incondicional de Laurana. Raistlin prossegue a sua demanda por mais conhecimento e poder entre os magos de Krynn, mas o preço a pagar é elevado e poderá não sobreviver. Saberá Caramon, o seu irmão, até onde vai a ambição de Raistlin? Tasslehoff aprende, pela primeira vez, a sentir medo pelos seus amigos.
Com o alvorecer, novos segredos e traições, mas também grande coragem e sacrifício, serão revelados. Os deuses são testemunhas de que nada voltará a ser o mesmo em Krynn.

Opinião:

Dragões de Um Alvorecer de Primavera é o emocionante derradeiro volume de As Crónicas de Dragonlance. Nos dois livros anteriores, ficámos a conhecer a ameaça de Krynn e vimos o desenrolar dos preparativos para a grande batalha. Agora é a altura de acompanhar os heróis desta aventura a enfrentarem um desafio maior do que inicialmente imaginavam.

O ritmo da narrativa é rápido, o que impele a leitura mas também faz ficar a sensação, em certos momentos poderiam ter sido melhor explorados ou expostos. Não há espaço para aborrecimento ou momentos mais parados neste volume, mas existem certas circunstâncias que parecem ser ultrapassadas de forma demasiado conveniente, ficando a sensação que não existia um verdadeiro perigo. Mesmo a própria grande guerra assim não o pareceu ser.

É possível verificar uma  evolução nas personagens. É com agrado que se vê o valoroso Tanis a vacilar perante o peso das suas opções e desejos, quando até aqui sempre foi apresentado como um líder a não ser questionado e demasiado estereotipado. O fiel Caramon terá de finalmente colocar-se a si próprio à frente do irmão, o que não se revela uma tarefa simples para ele ou fácil de compreender para o leitor que não consegue perceber a razão de tanto altruísmo. Já Laurana deixa de parecer a menina apaixonada que surgiu no primeiro volume e surpreende ao surgir como uma mulher forte e independente.

O divertido Tasslehoff revela uma nova faceta e, com ela, é possível perceber quando os sarilhos estão realmente a chegar, o que aumenta a carga maléfica de determinadas ocasiões. Contudo, e felizmente, continuam a haver momentos hilariantes entre este kender e Flint, o anão, sendo que existe um mais próximo do final que é verdadeiramente delicioso e comovente.

Raistlin continua a ser uma das figuras mais enigmáticas e cativantes da trama. Mais uma vez, as suas ações voltam a colocar dúvidas sobre os seus verdadeiros desejos sendo impossível o leitor não se sentir dividido quanto a esta personagem que apresenta uma construção surpreendente do início ao fim. Foi ainda bom desvendar alguns mistérios sobre este feiticeiro que estavam ocultados desde o início.

Fizban, por seu lado, volta a aparecer da mesma forma que nos habitou. Idoso misterioso que parece trazer em si demência e poder, volta a dar origem a circunstâncias engraçadas e volta a assumir o papel de salvador em circunstâncias mais complicadas. Contudo, existem revelações que lhe são inerentes que deixam uma sensação de satisfação, agrado e maior compreensão de certos acontecimentos anteriores.

No final, fica a ideia de que o mal nunca pode ser derrotado. A dualidade bem e mal é uma constante, mas as autoras preferem apelar à importância do equilibro, deixando assim este mundo em aberto para mais aventuras. É interessante ver que nem tudo acaba bem e que existe sofrimento mesmo nas últimas páginas, o que fornece um carácter mais forte à história.

Uma trilogia que conclui de forma bastante adequada. O desenrolar dos acontecimentos não apresenta grandes surpresas, uma vez que a trama segue fórmulas já conhecidas, mas as conclusões obtidas e as reflexões que são possíveis realizar ao longo da leitura deixam perceber a razão de esta ser uma trilogia de culto.

1 comentário:

Fiacha disse...

Olá,

Tambem acompanhei esta trilogia e devo dizer que gostei bastante pelos motivos que apresentas, um ritmo alucinante e mistérios constantes e depois temos....Restlin, que personagem, o melhor que a saga tem e tem tudo para ainda se tornar melhor.

Achei este livro mais negro, mais obscuro. Ficou bem terminada este inicio de aventuras, mas pelos acontecimentos ocorridos no final do livro, venham já os próximos, penso mais centrados em Restlin :)

Bjs e boas leituras