sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Opinião: Eu Sou Deus

Título original: Io sono Dio (2009)
Autor: Giorgio Faletti
Tradutor: Sara Ludovico
ISBN: 9789896660451
Editora: Contraponto (2012)

Sinopse:

Um serial killer aterroriza a cidade de Nova Iorque. As suas ações não seguem os padrões conhecidos pelos criminalistas, sendo a escolha das vítimas totalmente aleatória. Não lhes olha nos olhos enquanto morrem, mas também não o poderia fazer, pois ataca massivamente.

As autoridades procuram desesperadamente um rosto, mas o assassino não tem rosto, nem nome, nem passado, nem futuro.
Vivien Light, uma jovem detetive que esconde os dramas pessoais sob uma sólida imagem profissional, e Russel Wade, um repórter fotográfico com um passado que deseja esquecer, são a única esperança para deter esse homicida - um homem que não pode ser responsabilizado pelos seus atos... um homem que acredita ser Deus.

Opinião:


Depois de a Contraponto ter apresentado o autor aos leitores portugueses com Eu Mato, a editora volta a apostar em Faletti, com um novo e surpreendente policial.

Eu Sou Deus tem uma trama bem conseguida, só consegui largar o livro quando tudo foi desvendado. Fiquei cativada pela forma como o autor mantém o mistério. Se ao início são dadas indicações sobre a identidade do vilão da narrativa, a verdade é que tal se revela um bom truque que distrai as atenções. Faletti leva a acreditar que deu todas as pistas necessárias para a descoberta das verdades  escondidas pelos crimes, mas, nas últimas páginas, o jogo é virado ao contrário e surpreende.

Mas se Eu Sou Deus possui acontecimentos deliciosos, tais acabam por perder alguma da sua força devido às personagens, o que é uma pena. Vivien Light e Russel Wade são interessantes, mas apenas enquanto analisados separadamente. Vivien é a imagem da mulher que sentiu necessidade de construir uma carreira sólida para ser valorizada, enquanto Russel é o homem inconformado por não conseguir preencher um vazio que a vida lhe deixou. Ambos têm histórias impressionantes, mas a relação que construem não convence e parace demasiado forçada. Na minha opinião, a trama ficou a perder com os desenvolvimentos tão rápidos nesta relação.

Mas a verdade é que o ponto fulcral é a ação e esta vai com certeza agradar. É rápida, cheia de mistérios e intrigante. A escrita é fácil de acompanhar e bastante simples, o que leva o leitor a perceber tudo o que lhe é transmitido, mesmo conceitos mais técnicos.

Destaco ainda o facto de o autor demonstrar preocupação em explicar o que leva as suas personagens a cometerem atos tão cruéis. A história fica, sem dúvida mais rica, e poderá gerar sentimentos de compaixão por quem pratica a crueldade para com o outro. Contudo, compaixão não significa compreensão.

Mais uma trama de Giorgio Faletti que agrada e que me deixou envolvida pelos esquemas que escondiam a identidade do vilão. Espero apenas que em próximos volumes, o autor mostre uma maior preocupação nas relações entre personagens, de forma a ser mais fácil acreditar na sua veracidade.

Outras opiniões a livros de Giorgio Faletti:
Eu Mato

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