domingo, 13 de maio de 2012

Opinião: As Serviçais


Autor: Kathryn Stockett
Título Original: The Help (2009)
Tradução: Fernanda Semedo
ISBN: 9789896372545
Editora: Edições Saída de Emergência (2012)

Sinopse:

Romance de grande sucesso que teve direito a versão cinematográfica, As Serviçais apresenta uma trama que faz o leitor não querer largar o livro. Katheryn Stockett dá a conhecer a história através do ponto de vista de três personagens distintas mas igualmente cativantes.

 Skeeter é uma jovem proveniente de uma família dona de uma rentável plantação de algodão que acabou de regressar da universidade. Apesar de possuir uma licenciatura, sente que apenas receberá o orgulho da mãe no momento em que se casar e tornar dona de casa. Aibileen é uma empregada negra que é reconhecida pelo seu trabalho na educação de crianças de famílias brancas. De jeitos doces e gentis, ama cada crianças como sua, mas o destino foi-lhe cruel e roubou-lhe o único filho e seu grande amor. Minny está longe de ser a tradicional e obediente empregada negra. Com um temperamento instável e uma língua afiada, reconhece que apenas consegue ir arranjando emprego graças aos seus incríveis dotes culinários.

Mulheres com histórias tão diferentes, acabam por se envolver numa situação inesperada. Quando Skeeter, que sonha escrever, desafia Aibileen e Minny a contarem as suas experiências ao serviço das famílias brancas, está longe de adivinhar o quanto tudo irá mudar.

Opinião:

Uma narrativa envolvente, possuidora de uma escrita fluída, simples e, em certos momentos, irónica. Kathryn Stockett recorre à sua vivência para revelar as relações entre patroas brancas e criadas afro-americanas durante a década de 1960 em Jackson, no Mississípi, Sul dos Estados Unidos da América. 

As três personagens acima enunciadas permitem que o leitor fique a par de três perspetivas dissemelhantes, o que é um fator de enriquecimento da narrativa. Se Skeeter representa os brancos preocupados em fazer mudança, Aibileen é a sensata empregada que, apesar do sofrimento por que passou, apenas quer o melhor para todos, enquanto Minny é a mulher revoltada com a sua condição, não só a nível profissional como pessoal.

A autora consegue agarrar o leitor ao alternar momentos emotivos e dolorosos com peripécias divertidas. O leitor sente a tensão existente no período em que a segregação racial começa a ser um dos principais temas de debate nos Estados Unidos, sofre com a violência e crueldade, mas também se comove com as poucas exceções à regra que acontecem nesta cidade.

O leitor vai ficar impressionado com os ideais e valores de certas personagens, que representam as mentalidades retrógradas, tais a distinção entre negros e brancos e a inferiorização humana, o que faz pensar sobre a verdadeira natureza humana.

É de enaltecer a mensagem que a autora deixou ao leitor após a narrativa. Um testemunho corajoso e bastante pessoal que reforça a mensagem que foi transmitida ao longo da leitura. 

Uma história que faz acreditar na possibilidade de mudança, por mais distante que esta possa parecer.

2 comentários:

Fiacha disse...

Ois,

Livro que me foi oferecido pelos meus colegas de emprego e que considero dos melhor livros que li em 2012...pena ter demorado tanto tempo a ler, pois estamos na presença de uma verdadeira perola ;)

Sabe bem ler estes livros e fiquei com imensa vontade de ler o livro "Por favor não matem a cotovia"

BJS

Cláudia disse...

Uma bela prenda de anos :)
Eu também fiquei com vontade de ler esse, uma vez que foi tantas vezes mencionado durante a narrativa.
Beijinho*